quarta-feira, 28 de março de 2012

O que não dizer a quem perde um bebê

Semana passada saiu no site da revista Pais & Filhos uma reportagem sobre “Como ajudar um casal que acabou de perder um bebê?”
(http://revistapaisefilhos.com.br/so-no-site/paola-di-cola/como-ajudar-um-casal-que-acabou-de-perder-um-bebe). Li e recomendei o link pelo facebook, pois achei a reportagem muito interessante. 

Vi que a autora da reportagem também tem um blog, e resolvi visitar. No blog dela, a reportagem era mais completa e mais interessante ainda.  
(http://gentedefamilia.blogspot.com.br/2012/03/como-ajudar-um-casal-que-acabou-de.html).  Recomendo a todos...

Vi naquele texto muitas coisas que aconteceram comigo, muitas coisas que me disseram e que eu odiei, que me deixaram mal, e principalmente, que me fizeram sofrer. Ainda hoje algumas pessoas me dizem coisas meio (totalmente) sem noção, mas como já estou mais forte, quase sempre consigo driblar a raiva que sinto na hora. Outras vezes percebo que as pessoas evitam tocar no assunto, só que muitas vezes tratam como se nada tivesse acontecido, principalmente como se meu filho nem tivesse existido. Diante disso resolvi escrever um post com a minha opinião sobre  “o que não dizer a um casal que perdeu um bebê”
1)      Tu quem que ser forte
Quando se vai a um velório (aí não precisa nem ser só de filho), não vai adiantar nada dizer à pessoa que está sofrendo que ela tem que ser forte. Numa hora dessas a melhor coisa é não dizer nada. Não há nada que seja dito que vai amenizar a dor da perda de quem se ama. Dizer isso dá a sensação de cobrança, de que não se pode desmoronar. Alguém consegue não desmoronar diante da morte de um filho???
2)      Tu precisa descansar
Ainda falando na ocasião do velório... O que eu mais queria era poder ficar o maior tempo possível ao lado do meu filho, mas tinham várias pessoas que insistiam em me mandar deitar e descansar. Dane-se o cansaço. Pais que perdem filhos não estão preocupados se estão cansados ou não, na verdade, diante de toda a situação o nosso maior desejo e morrer, então estar cansado não é nada. Qualquer tempo que se passe junto do filhos, mesmo nesta ocasião, é um tempo ganho. Então não diga à pais que enterrarão seu filho em algumas horas que eles precisam descansar.
3)      Logo vocês terão outro
Com certeza o que mais esses pais desejam é ter outro filho (ou outros), mas jamais  um outro filho substituirá um que os deixou. As vezes as pessoas pensam que se eu tiver outro filho, vou esquecer tudo que aconteceu e viverei normalmente dalí em diante. Acredito sim que um outro filho trará alegrias, mas nunca apagará todo o que se passou.
4)      Mas do que teu filho morreu?
É natural que as pessoas perguntem sobre o bebê, afinal, viram a mulher grávida e de repente não vêem mais a barriga. Aí surge aquela perguntinha “e o bebê, como está?”. Já é difícil pros pais responderem essa pergunta, e se ela vier seguida de um “porque?” pior ainda. Numa situação dessas, o melhor a fazer é se desculpar, dizer que sente muito (se realmente sente) ou até mesmo não dizer nada. A curiosidade é intrínseca ao ser humano, mas numa hora dessas, ela deve ser engolida.
O mesmo acontece no caso de perda do bebê na gestação. Não queira saber o por quê. 
5)      Melhor assim, no início
Quando a perda acontece na gestação, muitas pessoas acham “melhor” perder no início do que no fim. Em hipótese alguma existe um “melhor” nessa situação. A perda é dolorida independente de quando tenha sido. Outra coisa comum de dizerem é, no caso de morte de um bebê nascido “pensa bem, melhor assim, que vocês não tiveram tempo de conviver”. Melhor???? Não existe um época “melhor” para perder um filho.
6)      Melhor assim, talvez nascesse uma criança com problema
Não há compensação para isso. Independente de se ter um filho com problema ou não, é filho. Ou será que porque “seria” uma criança com problema, pode morrer que ninguém vai sentir?
7)      Porque vocês não adotam?
O meio como um casal resolve ter um filho não importa, mas quando recentemente houve a perda, tanto de um bebê nascido quanto na gestação, sugerir adoção é o mesmo que disparar um certificado de “incapacidade”. Quem está sofrendo a dor da perda, ouve isso como um “já que tu NÃO CONSEGUE ter filhos mesmo, adota, assim resolve”. Nada contra adoção, muito pelo contrário, sou completamente favorável e adepta, porém nesta ocasião, acho desnecessário esse tipo de comentário.   
8)      Será que é a “mistura” de vocês que não dá certo?
Se um casal tentou ter um filho de forma natural, significa que eles não sabem se a “mistura” dá certo ou não. Esse tipo de pergunta sugere a insinuação de que um dos dois é o “culpado” pela gestação não ir adiante ou pelo bebê ter nascido com algum problema.
9)      Alguém na tua família já perdeu também?
Isso também é uma insinuação de “culpa”. Como se dissessem “vai investigar se tua família não tem problema e passou pra ti”.
10)   Quando vocês vão tentar de novo?
Natural as pessoas quererem saber se o casal está tentando ou, pelo menos, pensando em tentar novamente, porém dependendo de como a pergunta é feita, pode soar como uma pressão, e ninguém gosta de ser pressionado, principalmente se a perda é recente.

Estas são as coisas que eu mais ouvi, e ainda ouço. Mas tem muito mais situações de coisas que foram ditas que me machucaram, doeram e ficaram entaladas.

A morte de uma criança não é uma coisa comum, pelo menos não habitual, e isso faz com que as pessoas tenham curiosidade. As pessoas são atraídas e se interessam por aquilo que causa dor no outro e a mídia está aí pra incentivar, afinal, só se vê tragédia nos noticiários de TV.

Quando as pessoas falam esse tipo de coisa, na maioria da vezes estão falando com a melhor das intenções, porem há formas e FORMAS de falar, sugerir e questionar alguma coisa. Só que numa situação dessas, a pessoa que está sofrendo a perda não tem capacidade de entender a “boa intenção” do outro e acaba sofrendo. Então, com intenção de “ajudar”, tem gente que acaba piorando as coisas.

Como eu comentei no início, resolvi dar a MINHA opinião sobre isso, ou seja, dar a minha versão de interpretação dos fatos. Mas conversando com algumas pessoas em mesma situação, percebi que muitas relatam a mesma percepção. Então, se você que leu este post, algum dia se deparar com algum casal que perdeu um filho, cuide para que na sua boa intenção, de prestar solidariedade, não acabe causando uma dor maior ainda em quem já tem motivos suficientes pra sofrer.

Num próximo post conto algumas coisas absurdas que me falaram nestes últimos 15 meses.

Abraço a todos.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Um down em minha vida

O assunto que vou abordar hoje é uma assunto muito ESPECIAL: Síndrome de Down.

Nunca fui uma pessoa preconceituosa e desde que me conheço por gente, lembro de ter uma simpatia pelos downs, mas até então não conhecia nenhum. Até que minha irmã arrumou um namorado que tem um irmão com síndrome de down. Eu já conhecia o namorado da minha irmã, tinha estudado com ele no ensino médio, mas não conhecia sua família, então resolveram fazer um churrasco pra apresentar as famílias. E lá fui eu como “irmã da namorada” conhecer os “pais e irmãos do namorado”.  A grande expectativa da noite era conhecer o Cícero, que já tinham me dito que “era uma parada”.

Chegamos na casa do meu cunhado e o Cí foi nos receber no portão. Cumprimentou os homens com um abraço e as mulheres com um beijinho na mão. Uma educação que não se vê em muitas crianças. Ele não é mais criança, já tem 16 anos, mas é inocente e puro como uma criança. Simplesmente me apaixonei por ele. A noite foi muito agradável  no dia seguinte estava contando a um amigo como tinha sido e eis que ele me pergunta “o irmão do teu cunhado tem down e mesmo assim tua irmã vai ficar com ele? Se eles casarem, como vai ser os filhos?” Noooossa, fiquei tão braba com aquele comentário que até acho que me exaltei. A ignorância das pessoas é algo impressionante. Se ainda fosse uma pessoa sem instrução, até era aceitável, mas nos dias de hoje alguém não saber que a síndrome de down não é hereditária.... ah por favor. E mesmo que fosse, isso não era motivo pra não manter um relacionamento. Naquele momento defendi o Cícero como se ele fosse meu e fiquei louca com a forma como esse meu amigo se referiu mesmo sem o conhecer.

Bom, no dia que conheci o Cícero me encantei por ele a ponto de sentir saudade quando ficava tempos sem ver. Começamos a nos ver com mais freqüência, a estar mais próximos e não só a mim, mas a toda a minha família o Cícero se tornou mais do que especial. Meus pais são loucos por ele, principalmente meu pai, que visivelmente mudou seu jeito e sua maneira de pensar depois que passou a conviver com o Cí.

Só quem conhece esse anjo sabe o quanto ele é especial, o quanto ele é puro e como ele ama... Nossa... quando ele diz que ama, é porque ama mesmo, não é fingimento, os downs amam com facilidade e se apegam as pessoas. No final do ano passado passamos um dia inteiro juntos, contei sobre este dia aqui.Depois, fomos pra praia em vários finais de semana e aprontamos várias....  No carnaval foi o auge.... Conheci a Bárbara, amiga do Cícero que também que down. Contei sobre este dia aqui também.

Conviver com o Cícero mudou a minha vida: aprendi a falar e entender o downês, (o Cí tem dificuldade em pronunciar algumas palavras), pude viver o amor puro, aquele que não cobra nada em troca, aprendi que ser diferente é normal, e principalmente, aprendi que quem cria a diferença somos nós, os ditos normais. O Cícero é criado e educado como uma pessoa sem necessidades especiais, e isso faz toda a diferença. Ninguém fica com peninha dele, ninguém trata ele diferente, não deixam ele fazer tudo que quer e não é mimado. Ele é sim bajulado por todos que o conhecem, mas tudo dentro do limite. Ele estuda na escola regular e isso pra ele é ótimo, pois realmente a inclusão acontece e ele participa de todas as atividades com os colegas normalmente.

Enfim, queria deixar uma mensagem no dia de hoje, 21 de março, Dia Internacional da Síndrome de Donw, e dizer a todos que ainda olham com diferença, que o maior problema da síndrome de down é o PRECONCEITO. 

Minha amiga Viviane publicou em seu face um texto que achei perfeito ara a ocasião: 
" O maior defeito que podemos enxergar em um alguém, que não tem, é uma falta de amor que não se sente.
Não se sente, por qualquer um que de nós, que são apenas diferentes.
Com um amor incondicional, não pode existir alguém que não mereça ser amado.
Descobrimos finalmente, que o anormal são os nossos sentimentos sempre condicionados.
Passando toda uma vida, em uma busca feia e egoista.
Querendo sempre, um alguém que julgamos ser perfeitos...
Para que possa, finalmente, ser por nós amado
Para que possa, finalmente, ser por anós amados.”

Na praia, Eu, minha irmã Glaucia, o Cícero, Minha amiga-irmã Viviane e minha mãe Elaine

Lembrei do Cí quando estava em Bento semana passada

segunda-feira, 19 de março de 2012

Um findi mais que perfeito

Bom, como eu havia comentado, o Amaral trocou de emprego recentemente e por isso não conseguimos tirar férias juntos, portanto, pra fazer qualquer passeio, só no final de semana mesmo. Aproveitamos esse findi pra fazer várias coisas que ha tempos estávamos querendo.

Como somos amantes da serra, reservamos uma pousada no interior de Bento Gonçalves e na sexta de noite nos bandiamos pra lá. A pousada é linda... Na verdade é um vinícola construída como um castelo de pedra e tem várias coisas pra fazer. O caminho até lá é deslumbrante: paredões de pedra em estrada sinuosa e íngreme, fiquei muito tensa enquanto estávamos indo, pois não gosto de viajar a noite, ainda mais em lugar com lomba e curvas, mas foi só chegar que relaxei... Já chegamos tarde, então só poderíamos aproveitar no sábado.

No sábado acordamos cedo, tomamos nosso café e pedimos água pro chimarrão (não podia faltar). Não sei como eu fui patetiar, mas me perdi total na hora de arrumar as malas. Esqueci que na serra a temperatura é mais baixa, ainda mais no meio do mato perto de uma cachoeira.... Levei só roupa de verão e na minha idéia, nem íamos sair da pousada, íamos ficar curtindo a piscina e apreciando a bela paisagem. Mas só doido pra entrar na piscina com o friozinho que tava, então acabamos curtindo a infra estrutura da pousada, apreciando a beleza do lugar e resolvemos ir para a cidade para almoçar.

Em 24 de fevereiro, eu e o Amaral fizemos 6 anos de casados (no civil), tínhamos programado de ir à Veranópolis jantar num restaurante giratório que tem lá, mas nosso carro nos deixou na mão e não pudemos ir. Eu nem me lembrava que estávamos perto, aí o Amaral deu a idéia de aproveitarmos a subida a serra e conhecer o tal restaurante. Perfeito, rapidinho chegamos lá e pudemos saborear uma comida típica italiana maravilhosa além de curtir a cidade, já que o restaurante é num mirante de 80 metros de altura e em duas horas e faz um giro completo, então a cada momento tínhamos uma vista diferente. Simplesmente MARAVILHOSO.... Recomendo a todos (http://www.mirantedaserra.tur.br/)

Passeamos um pouco por Veranópolis, fomos conhecer o Estádio Antônio Davi Farina, onde o meu time deu um baile no Veranópolis no dia seguinte hehehe e no retorno, à tardinha vimos parando no caminho para curtir a paisagem, depois passeamos no centro de Bento, visitamos a igreja de Santo Antônio (não poderia faltar), tomamos um sorvete, fomos na vinícola Aurora reabastecer meu estoque de vinhos hehehe e voltamos pra pousada. No domingo, acordamos cedo, tomamos nosso café, arrumamos as malas e fomos para Garibaldi, onde visitamos minha grande amiga Débie.

Na pousada Fornasier

Mirante Cascata dos Amores (na pousada)       

Entrada de Veranópolis
 
        
No resturante giratório

Entrada de Garibaldi
                       
Conheci a Débie quando eu e o Amaral formos visitar a UTI Neonatal do hospital Moinhos de Vento, a fim de preparar tudo pro dia do nascimento do João Pedro, e a Débie e o Rafa estavam lá com a Cecília, que também nasceu com Hérnia Diafragmática Congênita e estava internada se recuperando das cirurgias. Naquele dia fomos apresentadas e nós quatro fomos direcionados pra uma salinha onde conversamos muito a respeito do problema e eles nos passaram como estava sendo a experiência em lidar com tudo isso. Aquilo foi tão importante pra nós, pois estávamos perdidos, e ter com que conversar foi um alento pra gente. Só que nosso contato não acabou naquele dia. Tudo que aconteceu depois todo mundo já sabe e acompanhar a evolução da Cecília, pra mim era uma alegria. A Débie é a maior lutadora pela causa da HDC e ela mantém um blog com o intuito de divulgar a doença a ajudar os pais que passam por esse tormento (http://ceciliabatatinha.blogspot.com/)

Enfim, eu e a Débie mantivemos contato freqüente, e passamos a conversar sobre tudo, não só sobre HDC. Nos tornamos amigas virtuais e encontramos tantas afinidades que a distância entre nós parecia nem existir. Estávamos combinando uma visita há tempos, mas nunca dava certo, só que dessa vez, aconteceu. Chegamos no centro de Garibaldi, pegamos a Débie e a Cecília e fomos em direção ao sítio dos pais do Rafa onde ele já estava preparando o churrasco.

Nossa, eu e a Débie tínhamos nos visto apenas 3 vezes, mas parecia que éramos amigas de infância de tanta afinidade. Lá no sitio estavam os pais do Rafa  e a família da Débie (mãe, namorado da mãe, irmã, irmão, cunhada e sogra do irmão), e todos eram como se fossem amigos nossos, pois eu já conhecia todos eles em função dos blogs. Fomos tão bem recebidos, nos sentimos tão a vontade, que eu estava me sentindo em família. Fiquei tão a vontade que uma hora me sentei no chão e fiquei descalça (só faço isso em casa hehehe). O Amaral e o Rafa que tinham se visto apenas duas vezes, se entrosaram fácil fácil. O Amaral que é todo tímido, não estava nem aí, parecia que estava em casa....

Ver a Cecília tão bem me deixou tão feliz que eu não cabia dentro de mim. Estar ali diante daquela criança que representa um milagre, era uma coisa inexplicável. A C é uma criança encantadora, estava solta, brincando e correndo por tudo. Dava uma vontade de apertar aquelas bochechas....

[Uma vez uma pessoa me perguntou se eu não ficava triste de ver que deu certo com outras crianças e com meu filho não (não sei como alguém pode pensar assim). Lógico que não. Não é porque não deu certo com a gente que eu vou querer que dê errado pra todo mundo. Deus me livre, mas o sofrimento que eu passei com a morte do meu filho eu não desejo pra ninguém. Além do mais, quem disse que não deu certo pra gente???? Esse era o “certo” de Deus, e se foi feita a Sua vontade, então deu certo sim.]

Comemos um belo churrasco feito pelo Rafa e depois fomos caminhar pra conhecer o sítio, tudo tão natural, tão entre amigos, eu estava me sentindo tão bem que não queria mais ir embora. Conversamos muito, rimos de montão, falamos sobre várias coisas, combinamos novas visitas e passeios mas a hora de ir embora estava chegando, afinal, só eu estou de férias...

Quando entramos no carro nem saímos do sítio e eu olhei pro Amaral e falei “Tem mesmo que ir embora? Tá tão bom...” O fim de semana estava tão perfeito que eu não queria que acabasse nunca. Com certeza vão ficar muitas lembranças desses dias e certamente essa visita à Débie e ao Rafa reforçou mais ainda o laço que criamos naquela dia 17/11/10 quando nos conhecemos. Contei sobre esse dia no blog do JP e aqui.

Rafa, Débie, C, Eu e o Amaral

Rafa, C e Amaral indo se aventurar no sítio


Fechando nosso final de semana mais que perfeito, já em casa, nos encontramos e saímos pra um lanche com nossos amigos-irmãos-compadres-vizinhos Vivi e Eder que estavam de férias em SC. Programamos nossas férias juntos para viajarmos, mas... não deu e tivemos que fazer férias individuais.

Enfim, nosso findi foi muito mega maravilhoso. Estar com quem a gente gosta, num lugar que a gente gosta faz a gente se sentir muito mais feliz, faz a gente esquecer todos problemas da vida. Afinal, problemas? Quem não tem? Está nas nossas mãos fazer eles parecerem menores.

Beijos, e uma linda semana a todos

segunda-feira, 12 de março de 2012

Enfim, férias...

Muitas pessoas devem pensar “nossa, mas ela ficou um ano sem trabalhar e já ta cansada”. Bom, cansada é apelido.

Quando engravidei do João Pedro, tive vários problemas na gestação e precisei ficar praticamente a gravidez inteira em repouso e afastada do trabalho. Aí depois ele nasceu, aconteceu tudo que todos já sabem e mesmo assim  eu tinha direito à licença maternidade. Mas de qualquer forma, se não tivesse direito à licença, eu não teria a mínima condição de retornar ao trabalho, tal era a depressão em que fiquei.

Em resumo, me afastei do trabalho em maio de 2010 e retornei em maio de 2011. Achei que seria dispensada, mas para minha surpresa, meu gerente resolveu apostar em mim. Ele foi muito sincero e disse que se não me conhecesse, teria sim me dispensado, mas como conhecia meu trabalho, resolveu apostar e me dar a chance de recuperar o temo em que fiquei longe do meu lado profissional.

Quando retornei, meu gerente eu meus colegas foram fundamentais, todos, sem exceção me apoiaram de uma forma que nem eu esperava. A recepção que tive no retorno ao trabalho foi o que me deu a certeza de que eu precisava voltar a ser a profissional de antes, porém com muito mais bagagem e maturidade pessoal.

Tudo aconteceu gradativamente. Fui recebendo responsabilidades aos poucos, me interando da nova realidade da empresa até que pude assumir sozinha a responsabilidade de tocar um projeto importante. Nossa, pra mim isso foi tudo. Além de sentir  confiança que foi depositada em mim, pude voltar a toda e praticar o meu lado líder de novo.

Parte desse projeto encerrou no início deste mês, e me senti muito lisonjeada quando recebi os elogios pelo trabalho. Eu tinha certeza da minha capacidade, mas receber a confiança dos meus superiores mesmo depois de todo que aconteceu, foi maravilhoso para o meu crescimento profissional e também pessoal. Sou muito grata ao meu gerente, à empresa e aos meus colegas por terem confiado em mim. Diante disso, o mínimo que podia fazer era corresponder às expectativas de todos, e acredito que retribui o que esperavam de mim. Assim, me senti útil, capaz e tive a certeza de que posso muito mais e estou pronta e apta par qualquer desafio. 

Mas enfim, depois desse período de muita correria no trabalho, estou merecidamente de férias. Infelizmente não vou poder viajar, pois o Amaral trocou de emprego recentemente e não poderá tirar férias, então minhas férias vão ser pra descansar mesmo. Vou aproveitar pra cuidar da minha saúde e fazer um checkup, vou cuidar dos detalhes da minha casa, decoração, arrumação... Vou aproveitar para visitar as amigas, pra tomar chimarrão no meio da tarde, para ler livros, fazer artesanato. Vou literalmente tirar 15 dias de férias pra ficar comigo mesma.

Legalmente minhas férias iniciam hoje, dia 12 de março, mas ontem eu já me sentia de férias. Afinal, no domingo eu já começo a pensar no trabalho quando tenho que me organizar e voltar cedo pra casa pois no outro dia é dia de “são pega”, mas ontem não foi assim. Iniciamos o dia com um churrasco aqui em casa, onde em princípio viriam só as minhas cunhadas, mas por fim, veio uma cambada, aí aproveitamos pra fazer o batizado da Rosa. As pessoas riem de mim quando falo em batizado de cachorro. É claro que não é um batizado de verdade, tudo é pela alegria das crianças (nossos afilhados), e como fizemos batizado do Tião em 2009, tinha que ter pra Rosa também. Era uma cachorrada aqui em casa... Fizemos o batizado da Rosa e da Estrela (que é irmã a Rosa e fica na casa da minha amiga). A criançada estava enlouquecida com toda a farra. As cachorrinhas estavam de vestido e topes na cabeça e o “padre” (mais pra a do que pra cá) usava um galho de limoeiro pra fazer o batizado. Que divertimento. Rimos muito e as crianças estavam realizadas.

Depois do batizado, todo mundo foi lá pra casa dos meus pais e fizemos da piscina uma balneário. Meu Deus, era uma bagunça, devia ter umas 20 pessoas na piscina, mas só assim pra agüentar o calorão. Ficamos até tarde na água até que tivemos que vir pra casa, afinal, só eu estou de férias, o resto, todo mundo tinha que trabalhar. Chegando em casa, o Amaral foi pro banho e eu fui pra área dos fundos ficar apreciando a lua que estava maravilhosa. Estava ali sozinha, debruçada na sacada apreciando aquela linda cena de enorme lua cheia, e óbvio, pensando nele (já falei tantas vezes da lua cheia no blog que acho que nem preciso fazer o link). Aquele pra mim era meu momento de conexão com meu anjinho. De repente, uma borboletinha branca vem batendo suas asinhas, literalmente “borboletiando” pro meu lado e ficou pra lá e pra cá na minha volta, perto do meu rosto. Aquilo me deu uma paz.... nem preciso dizer o que eu senti né????

Enfim... minhas férias mal começaram, mas começaram tão bem, com momentos de alegria e emoções, tudo no mesmo dia... Tomara ser assim todos os próximos dias.

Um beijo a todos... vou lá curtir minhas férias.....

Segue algumas fotinhos desse maravilhoso dia que tive:

 
O batizado da Rosa

Nossos cumpadres

Camila e Kauã, os dindos da Rosa

O batizado da Estrela
(Renan e Amanda foram os dindos)

Eu e meus afilhados na piscina
(Amanda, Camila e Renan)

Era ou não era um balneário
(piscinão de Ramos hehe)