terça-feira, 30 de julho de 2013

2º mês - Adaptação

Passado o primeiro mês, onde estávamos sendo apresentadas uma à outra e nos reconhecendo, era chegada a hora de nos adequarmos à vida normal.

Como no primeiro mês a orientação era de mamadas por livre demanda e pra ajudar meu leite não a sustentava, era impossível estabelecer uma rotina, já que ela praticamente passava o dia (e a noite) pendurada na teta.  Mas com a entrada da mamadeira eu conseguia saber se o choro era de fome ou outra coisa. E essa “outra coisa” quase sempre eram as malditas cólicas.

Nossa... não gosto nem de me lembrar. Começou um pouco antes de completar um mês, mais ou menos com 25 dias. Ela começou a chorar além do normal, principalmente à noite. Tinha hora marcada: 2h da madrugada. Não era um choro comum, eram gritos, gritos desesperadores.

Que fase complicada. Me desesperava quando ela começava a gritar, ficava sem saber direito o que fazer e acabava chorando junto. Fazia massagem, colocava bolsinha de água morna e em último caso dava umas gotinhas de luftal, mas as vezes nada disso adiantava e só o que resolvia era colocar ela pra dormir de bruços. Isso é assunto que vou contar em outro post, quando falar sobre o sono.

Minha sorte é que o Amaral é muito, mas muito calmo. Porque não foi uma nem duas vezes que eu entrei em desespero com o choro dela na madrugada e comecei a chorar junto. Eu não sabia mais o que fazer, me achava uma incompetente, incapaz de conseguir ajudar minha filha. E quando via o Amaral com toda aquela calma, pegava ela no colo e de vagarinho ia fazendo ela se acalmar, eu ficava com vergonha de mim, por não ter conseguido cumprir meu papel.

Não tive depressão pós-parto, mas cheguei perto. E tenho certeza que isso só não aconteceu porque tenho um marido muito companheiro, compreensivo e acima de tudo, parceiro. Pra ele não tem essa de só a mãe é que tem que fazer pelo bebê, o pai também pode, e deve ajudar. Isso foi o que me salvou.

Além dessa função em lidar com as cólicas, no segundo mês comecei a investir no treinamento de sono noturno. Chamo de treinamento porque é um caminho longo e uma criança que não tem base nenhuma, precisa de atenção total e orientação pra cumprir tarefas simples, mesmo que seja o sono. Mas não foi tão simples essa missão.

Eu acredito que a gente aprende as coisas por repetição, por isso insistia em manter uma rotina. Todo dia tudo igual e nos mesmos horários para ir habituando o corpo da Lívia ao que é dia o que e noite. Era um esforço enorme pra mantê-la acordada durante o dia e outro para fazê-la dormir num horário adequado.

Durante a semana era mais tranquilo de fazer essa rotina, mas nos finais de semana era impossível. Com a casa sempre cheia, todo mundo pegando no colo e embalando, cada um se achando mais capaz do que o outro pra fazer ela não chorar... Era aquela passação de colo em colo durante o dia e eu pagando meus pecados durante a noite. Era fatal, final de semana ela se enchia de mania e só queria dormir no colo.

Enfim... nem sempre as coisas são como a gente deseja, e muitas vezes é preciso relevar pra não criar caso. Mas chegou um ponto em que eu comecei a dar uns basta e dizer uns não de vez em quando. Não dava... quando todos viravam as costas eu e o Amaral é que sofríamos.

Eu fazia questão de estabelecer uma rotina. Sou adepta da organização, das coisas nos seus mínimos detalhes e de ordem e determinação. Se é assim, é assim e ponto final. E por ser assim tão organizada sofri um pouco quando descobri que com uma criança não é assim que funciona. Por mais que eu quisesse, nem sempre ela dormia ou ficava acordada no mesmo horário e eu ficava p da cara quando as coisas saíam meu controle.

Não adianta, eu já tive mil pauladas na cabeça me provando que nem sempre consigo estar no controle de tudo e mesmo assim não aprendo.... Tenho esperança ainda de um dia eu ficar menos incomodada quando for contrariada. Mas por outro lado, ser contrariada me chama ao desafio e se sou desafiada vou até o fim pra conseguir vencer. E nesse caso a disputa era comigo mesma. Era provar pra mim mesma que eu era capaz de estabelecer a tal rotina com a Lívia.

E com muita persistência fomos estabelecendo uma rotina que ficasse boa para todas as partes, mas tentando não ficar refém do relógio. Nosso dia era mais regido pela frequência das mamadas do que propriamente pelo horário das atividades. Ela mamava assim que acordava e seguia mamando a cada 3 horas e à noite era a sequencia de banho, mamá e cama. Dentro do possível, mantínhamos essa rotina.

E assim foi o nosso segundo mês:
     - Cólicas infernais que faziam a Lívia se contorcer e berrar
     - Eu desesperada sem saber como ajudar
     - Amaral com jornada dupla: trabalhando e me ajudando com a Lívia (além de ter que me acalmar várias vezes)
     - Eu estressada com a função de colo, pegação e embalação de todo mundo
     - Rotina sendo estabelecida


E aí umas fotinhos...
De bruços pra poder suportar as cólicas

Passeando no parque... 

O famoso banho de balde. Ela adorou.

Conhecendo a bendita Galinha Pintadinha

Bolinho de 2 meses. Foi difícil arrancar um sorriso nesse dia.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

1º mês - Reconhecimento

Não é novidade pra ninguém que quando temos um bebê, nosso tempo passa a ser totalmente dedicado a ele. Aqui em casa não foi diferente. 99,9% do meu tempo é totalmente voltado à Lívia e os 0,01% restante, quando não estou fazendo algo por mim, estou pensando nela.


Por conta dessa total dedicação, logicamente o blog ficou em standby, e não consegui contar aqui tudo que eu gostaria. Então vou tentar fazer posts resumidos de como foram esses meses de reconhecimento, adaptação, surpresas e frustração.


O post de hoje é sobre o 1º mês, o mês do reconhecimento. Pois foi exatamente isso que aconteceu, nós três (mãe, pai e bebê) nos reconhecemos como família e principalmente eu e o Amaral nos reconhecendo no nosso novo papel de mãe e pai.


Ficamos apenas dois dias no hospital e a ida para casa foi cheia de emoção. Já na saída do quarto do hospital eu comecei a chorar e assim foi até entrar em casa. Afinal, a outra vez que entrei no Moinhos para ter meu bebê saí de lá sem ele, e desta vez poder levar minha filha nos braços era um grande presente de Deus.


Tive alta bem tarde e chegamos em casa quase meia noite. Sozinhos em casa, essa primeira noite foi bem atrapalhada. A Lívia dormiu no moises ao meu lado e cada vez que ela tinha que mamar, o Amaral me alcançava ela pra evitar que eu fizesse força. Se alguém estivesse assistindo certamente morreria de rir da nossa atrapalhação. Hoje dou risada, mas no dia eu estava assustada pensando que seria assim pra sempre hehehe.


Como eu fazia questão de da o primeiro banho, no dia seguinte iniciamos a função antes que as visitas começassem a chegar, pois eu não queria ter plateia. Afinal, eu estava nervosa, com medo de errar e queria privacidade naquela hora.  Ficamos então só eu e o Amaral com ela e eu fui fazendo como me ensinaram no cursinho de gestante que fiz qdo estava gravida do JP. Como ainda tinha umbigo, não podia ser banho de imersão, então lavei a cabeça e depois foi banho de gato. Mas eu que não queria plateia fiquei meio sem jeito quando no meio do banho as visitas começaram a chegar. E todas, sem exceção foram pra dentro do quarto assistir o banho. Ainda bem que eu já estava no final e pra minha surpresa, me saí muito bem e me senti muito segura. Não adianta né.... bem que dizem que quando nos tornamos mães aprendemos tudo por instinto.


Primeiro final de semana em casa, logicamente estaríamos de casa cheia, ainda mais que era Páscoa, então não ficamos sozinho nunca. Eu já esperava por isso, pois sabia que todos estavam muito ansiosos pela chegada da nossa princesinha.


É bom receber visitas, a gente fica louca de vontade de mostrar o bebê pra todo mundo, mas é muito cansativo. Muito mesmo. Por mais que todos fossem íntimos, não me sentia a vontade de ir descansar e deixar minha casa cheia. Hoje, sabendo como as coisas são, sei que quando alguma amiga tiver bebê, vou deixar passar um tempo pra ir visitar, porque os primeiros dias o que mais os pais e o bebê precisam é de tranquilidade.
Sempre achei que quando a gente tem um filho, a responsabilidade é toda nossa. Então nada de ficar um tempo na casa da minha mãe como muitas pessoas me perguntaram se eu faria assim. Claro que eu precisaria de ajuda, e por isso minha mãe ficou na minha casa na primeira semana enquanto o Amaral estava no trabalho, mas assim que ele chegava ela ia embora e a noite era tudo com a gente.


Mas como eu fazia questão de eu mesma fazer as coisas pra ela, minha mãe me ajudava com as coisas da casa, recebia as visitas, ficava com ela a tarde pra eu poder dormir um pouco... O resto: trocar fralda, banho, trocar roupas, mamá... era tudo comigo.


Eu sou da opinião que a mãe é quem tem que fazer tudo pelo bebê. Acredito que isso aproxime, crie vínculo, reforça o amor e responsabilidade. Ora, se eu decidi ter um bebê, eu tenho que ser responsável por ele, não é?


Nos primeiros dias tudo era perfeito. Mas aí conforme os dias iam passando, as reservas de energia dela iam diminuindo e cada vez mais ela ia necessitando o peito e aí as coisas começaram a enfeiar.


No post anterior comentei sobre minha dificuldade em amamentar e em como meu leite não a sustentava, então começou a função do choro. Ela chorava muito, se não estivesse no peito, logo estava chorando. Isso começou se tornar exaustivo. Era assim dia e noite e eu e o Amaral estávamos uns cacos de tão cansados. Fora toda a função da dor nos meus seios que comentei no post anterior. As coisas só começaram a se ajeitar com a entrada do complemento de leite em pó.


Sorte que nessa época o Amaral estava num emprego que trabalhava das 14 as 22hs, então podia me ajudar na madrugada sem comprometer tanto o sono.


E assim foi nosso primeiro mês:
- Nós três nos conhecendo, nos entendendo e criando vínculo de família.
- Dias intermináveis com ela ou mamando ou chorando.
- Noites de sono pingado, intercalados pelas mamadas.
- Finais de semana mega cansativos com a casa sempre cheia de visitas até tarde.


Seguem fotinhos do primeiro mês
Primeiro banho.

Papai trocando a primeira fralda

Peladinha pra aguentar o calorão do início de abril

Primeiro banho dado pelo papai

Bolinho de comemoração pelo 1º mês
(faço questão de eu mesma fazer o bolo, mesmo que seja de caixinha hehe)