segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Migração para o Facebook

Este blog foi migrado para uma página do facebook.

Meus Anjos e Eu: https://www.facebook.com/euemeusanjos 

Curta, compartilhe e siga nos acompanhando.

Abraços

Grayce Bandeira

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Adaptação x retorno ao trabalho

Ahhhh... o blog.... que saudade de escrever. Mas atualmente tempo é um elemento raro na minha vida....

O assunto de hj já não é mais atual, mas queria muito escrever sobre ele: o retorno ao trabalho.

Eu sabia que um dia isso ia acontecer, mas não imaginava que o tempo fosse passar tão rápido...

Ilusão minha né... o tempo passou do mesmo jeito que sempre foi, porém desta vez, eu tinha coisa mais importante pra me preocupar e o tempo era o de menos. Mas aí quando me dei conta que minha licença maternidade tinha acabado e que só me restavam 30 dias de férias, é que caiu a ficha de que estava na hora.

Hora de quê perguntou eu?

Não de voltar à vida normal, porque minha vida continua normal. O fato de ter entrado mais um membro pra família não tornou minha vida anormal. Tornou diferente, mais corrida, mas continua normal.

Então era hora de voltar a ter atividade profissional e aprender a conciliar vida de mulher, mãe, dona de casa, estudante, filha, amiga e também profissional. Ufa... cansei só de pensar em administrar tudo isso.

Brincadeiras a parte, mas chegou enfim o momento de ter que me afastar da pequena durante o dia inteiro e só poder ficar grude nas poucas horas que nos restam à noite.

Que dó, que dó, que dó.... mas não há como ser diferente. Se eu tivesse condições financeiras, eu até poderia me dar ao luxo de ficar com ela por mais tempo, mas como PRECISO trabalhar, prefiro nem pensar em como seria.

Sempre disse pra mim mesma que escolinha só em último caso, se não tivesse outra opção mesmo. Nada contra, mas tenho minhas dúvidas quanto aos cuidados, já que são em torno de 6 bebês por titia, e também pela questão da saúde. Crianças são incubadoras de vírus e elas juntas formam praticamente uma bomba atômica hehe, então é fato que assim tão bebezinhos, as chances de ficarem pestiados junto com outras crianças são muito maiores.

Graças a Deus eu tenho a opção de ter uma babá. E graças a Deus mesmo, porque uma babá dessas não se acha em qualquer lugar. Ela tem 40 anos de experiência em ser cuidadora de crianças e digo com toda certeza que esse é o dom que ela recebeu de Deus. Sei lá quantas crianças já passaram por ela, mas até de mim ela já cuidou.

Chamo ela de Dinda Mara. Ela é amiga de adolescência da minha mãe, praticamente se criaram juntas e seria minha madrinha, mas por um desvio no meio do caminho acabou não sendo, mas mesmo assim eu sempre a chamei de dinda.

Quando eu era criança, minha mãe trabalhava num posto de saúde ao lado da casa da dinda Mara, que por sinal era na esquina da nossa casa em frente à pracinha. Como eu era uma ruaceira, ou eu estava no trabalho da minha mãe, ou estava na pracinha ou eu estava na casa da dinda Mara.  Ela me viu nascer, crescer, me tornar mulher e mãe e eu sempre tive a certeza de que se um dia tivesse filhos, só teria coragem de deixa com ela.

Dito e feito. Assim que a Lívia nasceu, a dinda Mara se transformou em “Dinda Bá”.

Combinamos os detalhes de como as coisas aconteceriam e enfim chegou o nosso primeiro dia. Era um dia só, a Lívia estava com 3 meses, eu tinha prova na faculdade e precisava estudar um pouco. Então a Lívia ficaria com a dinda Bá numa tarde de sexta pra eu ir pra Ulbra.

Como a dinda Bá tem uma vasta experiência, ela foi me dando dicas de como agir na hora do “desligamento” para que fosse o menos traumático possível para ambas as partes. Então eu entreguei a Lívia pra dela, dei um beijinho e saí em seguida. Conforme a dinda Bá, assim o bebê sente mais segurança, pois percebe que a mãe não tem medo em deixá-lo.

Ok, concordo. Mas que dor que dá.... Méu Deos.... Saí de lá com uma batata na garganta. Não por medo de deixá-la, mas pelo fato e ficar longe, e de ser o início de uma nova etapa.

A dinda Bá ainda disse que “deixava” eu ligar pra saber da Lívia. Óbvio que eu liguei. Antes de entrar pra prova eu liguei. Mas me diz pra que???? De longe eu ía poder fazer o que caso não estivesse tudo bem???? Maaaassss, eu liguei.

Quando fui buscar a Lívia, estava esperando que ela fosse me receber com um sorrisão. Que nada, não expressou emoção nenhuma ao me ver. Isso era bom ou ruim???? Sei lá, mas esperava mais de uma pobre criança de 3 meses. Oh mãe desentendida....

A dinda Bá disse que ela tinha passado um dia ótimo, não estranhou nada, não chorou. Disse que era só alegria. Maravilha.

O próximo passo seria a adaptação para o definitivo. Então 15 dias antes de eu retornar, comecei a deixar a Lívia com ela só na parte da tarde. Por volta das 13:30hs eu levava a Lívia e voltava pra casa. Nada de batata na garganta e também em casa eu estava tão envolvida com os trabalhos da faculdade que nem via o tempo passar, qdo me dava conta, já era hora de buscar a mocinha.

Dinda Bá me colocava a par de como as coisas estavam indo, mas só me falou do choro dias depois. Depois de uma semana que ela foi me dizer que no primeiro dia da adaptação a Lívia chorou de fazer lágrima, de soluçar. Claro né, agora maiorzinha já começa a sentir mais o afastamento. Mas isso foi só nos dois primeiros dias, depois já entrou no embalo e não chorou mais.

Que bom que ela não me contou nos primeiros dias, senão eu teria chorado junto.

Enfim, chegou o dia do retorno ao trabalho e da Lívia ficar o dia inteiro.

Voltei numa segunda, então o combinado era que eu levasse uma malinha de roupas para a semana. No domingo de noite quando estava arrumando a malinha já me deu um nó na garganta, mas fiz o possível pra não transparecer.

Embora Lívia tenha dormido a noite toda, eu dormi muito pouco. Ansiosa, medo de perder o horário, medo do que viria pela frente, medo do que encontraria no trabalho... Sei lá, tantos medos e inseguranças. Mas tinha que acontecer né....

Na segunda, levei a Lívia, dei um beijinho e saí. Fui o caminho todo tentando não pensar, desviar o pensamento para outras coisas. Tava difícil, mas tinha que dar.

Na empresa fui muito bem recebida. Meus colegas estavam felizes com meu retorno, mas volta e meia tinha alguém que vinha até mim e perguntava “e aí, coração dividido?” “e aí, como foi se separar da pequena?”. Nossa, cada vez que um me perguntava, me dava uma angústia. Se ninguém falasse nada, eu entrava de cabeça no trabalho e nem pensava. Mas com todo mundo perguntando, não tinha como não pensar.

Eu respondia que não estava de coração dividido, dizia que estava sem coração. Pq se eu tivesse com metade dele, ela estaria junto, e com pelo menos metade do pensamento nela, eu não conseguir trabalhar. Então decidi me focar no trabalho e “tentar” não pensar.

Finalmente aquele looooongo dia acabou. Nunca fui tão ágil ao vir pra casa. Quando entrei na sala e me deparei com aquela coisa linda me olhando e sorrindo, não aguentei e desabei. Abracei minha princesa e chorei, chorei. O Amaral não falou nada, só deixou eu chorar abraçada.

Nossa, que difícil. O problema não era voltar ao trabalho, era ficar longe o dia todo. Chego em casa passado das 19hs, é tão pouco tempo que tem até a hora de dormir. Fazer esse tempo ser proveitoso tem sido o mais difícil.
Nos dias que seguiram eu não chorei mais, e com o passar do tempo, foi ficando mais fácil driblar a falta que sinto dela durante o dia. Porém percebi que ela foi dando sinais de que também estava sentindo o afastamento.

Ela ficou mais grude, as vezes faz uma manhazinha pra dormir, as vezes faz uma manhazona. Tem vezes que acorda na madruga e quer colo, tem vezes que só dorme se for no colo. Outra vezes segue tudo como vinha sendo: deito na cama e paga no sono sozinha, dorme a noite toda e acorda felizona. Voltamos a etapa de que todo dia é uma novidade.

Aliado a toda essa mudança de rotina, tem o incômodo dos dentinhos. Isso estressou demais (ela e eu). Graças a Deus os de baixo já nasceram e diminuiu muito o stress por conta disso.

Hoje estamos bem adaptadas com o ciclo dormir, levantar cedo, ir pra dinda Bá e mamãe ir trabalhar. Retornamos no final do dia e nos curtimos os 3 no pouco tempo que sobra.

A tarefa mais árdua é, nesse pouco tempo que sobra, conseguir dar conta dela, da casa, do marido, da faculdade e da aula de ginástica que resolvi me meter. Pq até isso entrou na rotina agora. Nunca fui de fazer exercícios, mas a necessidade de nunca morrer me fez perceber que preciso viver o mais longe que puder e com maior qualidade de vida. Então pra colocar as coisas nos eixos, preciso fazer exercícios, caso contrário, com 40 anos vou estar atrofiada hahaha.

Fácil não é, mas é possível. Hoje quando olho pra trás e vejo o tanto de dificuldades que já passei, percebo que só me afastar dela por algumas horas não é nada. Porque a felicidade que eu sinto quando volto pra casa e vejo que ela está ali, viva, me olhando e sorrindo, é algo sem tamanho.

A vida continua, é preciso retomar os passos e seguir adiante. Já aprendi que as coisas nem sempre acontecem como a gente quer, nem sempre são como a gente gostaria que fosse, e lamentar isso só faz doer o coração. Então se não há remédio...

Não adianta lamentar o impossível. Se PRECISO trabalhar, bora adaptar as situações e fazer o possível pra viver bem dentro desse novo cenário.


Beijos a todas e fiquem fotinhos...

Dinda Bá e Tio Zeco no batizado em casa. 
Dinda Bá que fez a oração principal

Dinda Bá e suas meninas.
A amiguinha Mikaela já está em adaptação

Imitando o trabalho da mamãe.
Cercada de normas ISO e indicadores


Visitando o trabalho da mamãe antes de ir pro acampamento Farroupilha.







quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Hora de Dormir: Cada um no seu quadrado

Bom, depois da amamentação a coisa mais difícil de administrar foi a hora de dormir. Na verdade até agora são as únicas duas situações difíceis e frustrantes que vivi com a maternidade, porque o resto é maravilhoso...

Eu sempre tive a opinião de que os filhos vêm pra unir o casal, jamais devem ser motivo de separação. E quando falo em separação, não me refiro só à separação/divórcio, falo em separação de tudo aquilo que o casal sempre fez junto.

Então uma coisa era certa, na hora de dormir seria cada um no seu quadrado. Isso mesmo: nada de dormir no meio.

Já vi casamento de amigas minhas irem por água abaixo e o estopim foi justamente a cama compartilhada, ou muitas vezes a expulsão do pai para colocar a filha no lugar. Nunca, jamais. Eu bati pé com o Amaral e comigo mesma pra não deixar isso acontecer.

Que dá uma vontade, ahhh dá... mas além de ser perigoso (porque existem grandes chances dos pais pegarem no sono e acabarem machucando o bebê) eu sempre preferi fazer o que seria melhor pra ela. Colocar ela pra dormir no nosso meio, eu acredito que causaria dependência e a tornaria insegura diante de situações em que tivesse que ficar longe da gente. O Amaral sempre tentou me convencer, mas minha resposta era sempre NÃO. Exceto nas crises de cólica, que daí ela dormia no peito dele, já que o homem tem a temperatura mais elevada que a mulher, mas nunca, nunca mesmo dormiu no nosso meio.

Lógico que eu não seria maluca de colocar a Lívia sozinha no seu quartinho logo que viemos pra casa. Eu ainda não conhecia suas necessidades e nem me sentiria segura, então o negócio era colocar pra dormir no nosso quarto, mas numa caminha só dela.

Comprei um moisés com várias funções: 3 posições de reclino incluindo deitado, balanço e vibração. Era o objeto ideal para os primeiros dias do bebê em casa. Recomendo!

Cadeirinha de Balanço 3 em 1 Rocker-Napper Vermelho - Tiny Love
No início era uma atrapalhação, ela acordava toda hora pra mamar, tinha que colocar pra arrotar e só então deitá-la. Mas mal eu colocava pra dormir e ela já acordava pra mamar de novo. Nossa, não gosto nem de lembrar dessa fase, ainda bem que já foi.

Nos 2 primeiros meses a Lívia chorava muito à noite. Já comentei aqui sobre as cólicas e sobre a fome em função do meu leite não sustentar. E muitas vezes ela chorava e a gente não sabia por que, então a único jeito de fazer ela se acalmar era no colo. Eu sempre achei que todo esse choro sem razão era puramente manhã, já que durante o dia ela passava o tempo todo no colo das visitas, aí de noite só queria colo também, e quem pagava o pato era eu e o Amaral.

No início eu me preocupava em não deixa-la chorar, mas ficar a madrugada inteira acordada embalando a Lívia não estava dando certo, até porque ela dormia no colo e quando largava na cama, ela despertava e aí começava tudo de novo... Então optamos pelo “deixa chorar”, pelo menos um pouco, pra ver como seria. E por incrível que pareça, funcionou. Lógico que dava uma dó de deixar chorando, mas eu acreditava que uma hora ela fosse cansar e se entregar.

Meu parâmetro era deixar chorar por 7 minutos. Se dormisse antes, era só manha, se passasse de 7 minutos, é porque ela estava sentindo alguma outra coisa. Li isso num livro uma vez e nunca mais esqueci. Quando começamos a usar essa técnica, no início demorava mais, mas depois, ela chorava dois minutos e logo dormia. Não era fácil, várias vezes me doía o coração de vê-la chorando, mas eu tinha que ser firme e forte, por ela.

Conforme o tempo foi passando, fomos conhecendo suas necessidades e já sabíamos como agir. O grande problema sempre foi que ela não dormia por muitas horas seguidas, e quando acordava estava desesperada de fome. Esse era o mal da teta vazia, que graças a Deus foi solucionado com a entrada definitiva do leite em pó.

Eu investia pesado no treinamento de fazê-la entender o que era hora de dormir e hora de ficar acordada e observei que ela sempre ficava mais relaxada depois do banho, então deixei esse momento pro final do dia.

E como ela sofria muito com cólicas, eu apelei pra massagem shantala. Aquecia o quarto, colocava uma musiquinha agradável, fazia shantala, dava banho, mamá e cama. Eram duas horas em função disso, mas valia a pena. Quando eu colocava ela na cama estava capotada.

Fiz isso uma semana inteira e ela entendeu a diferença de noite e dia. Mas passou uns tempos e ela desregulou de novo. Então lá fomos nós... tudo de novo. Só que dessa vez não tinha mais tanta cólica então resolvi usar a técnica que nossa pediatra ensinou: psicoterapia.

A psicoterapia se baseia em conversar com o subconsciente do bebê. Falar com ela enquanto dormia, pra que o que fosse dito fosse registrado em seu subconsciente e posteriormente o subconsciente se comunicaria com o consciente e imprimiria essas informações em seu organismo. Pode parecer maluquice, uns me diziam que isso era bruxaria, mas na verdade isso são técnicas utilizadas por psicólogos e psiquiatras, ou seja, tudo cientificamente comprovado.

Então eu dava banho, mamá, colocava pra arrotar e quando ela pegava no sono eu entrava com a psicoterapia. Eu enchia a bolinha dela dizendo que ela é linda, que todo mundo (citava nomes) gostava muito dela, que ela foi muito desejada blablabla... falava que todos os órgãos do seu corpinho (citava os órgãos) funcionavam perfeitamente, que ela soltaria muitos gases e nada ficaria preso, ia falando sempre tudo positivamente. Afirmando pra ela como as coisas deveriam ser, não em como “não deveria”. Sempre positivo. Aí por fim eu dizia que ela teria uma noite de sono maravilhosa, que sonharia com os anjinhos e brincaria muito durante o sono. Que ela dormiria tão bem, e que só iria acordar no outro dia de manhã, tendo uma noite tranquila e agradável.

Podem não acreditar, mas a primeira vez que apliquei a psicoterapia, ela dormiu por 5 horas, mamou e dormiu mais 5horas. Na segunda noite dormiu 8 horas seguidas, na terceira dormiu 10 horas e chegou até a dormir 12 horas seguidas sem acordar pra mamar. Santa psicoterapia.

O segredo é ser positivo, só falar coisas boas e principalmente acreditar. Se fizer a psicoterapia achando que é bobagem, não vai adiantar.

Enfim... dona Lívia estava com pouco mais de dois meses e dormindo a noite inteira. Raras vezes acordava pra uma mamada no meio da noite, não regurgitava mais com tanta frequência e volume e não vomitava mais pelo nariz [sim, porque isso aconteceu váááárias vezes e eu quase morria do coração], então era chegada a hora de dar o primeiro passo para sua independência: dormir sozinha no seu quartinho.

Fizemos um quarto tão lindo pra ela que ficaria para as moscas? Dinda Glaucia deu um berço tão lindo pra ficar vazio? Não, aqui em casa não seria (e não é) assim.

O Amaral sempre foi mais temeroso que eu relação a dormir sozinha, então tínhamos combinado de esperar completar 3 meses. Mas aí surgiu uma oportunidade em que estávamos de festa em casa e eu a coloquei pra dormir no bercinho e ela seguiu dormindo, então resolvi não tirar ela dalí. Isso mesmo, assim de sopetão, sem termos nos preparado antes.

Levei umas duas horas instalando a babá eletrônica tentando não fazer barulho, fechamos a porta do quartinho e fomos dormir. Dormir não né, deitar, pq foi impossível eu dormir hehehehe. Eu não tirei o olho da babá eletrônica um minuto. Eu fechava os olhos, mas logo vinha aquela vontade de mais uma olhadinha se tava tudo bem. Foi assim a noite toda, e ela dormiu maravilhosamente bem a noite toda.

Pronto, sobrevivemos. Uma vez feito isso, não voltaria mais atrás. Estava definido: Lívia passaria a dormir sozinha em seu quartinho. Lembro até o dia: 15 de junho. Foi um marco na nossa vida.

Não sei o que seria de mim sem a babá eletrônica com câmera. Ganhei dos meus colegas de trabalho e acho que nunca na vida vou ganhar um presente tão útil.

Nos primeiros dias era tensão pura. Várias vezes levantei da minha cama e fui no quartinho colocar a mão no peito dela e ver se estava respirando (quem nunca???). Eu ficava olhando pela câmera, aquele rostinho tão lindo, imóvel, mas que eu não podia tocar e ver se ela se mexia.

Foi tenso, mas com o passar do tempo eu fui aprendendo a reconhecer os sons que ela fazia, se era de se mexer, se era de espirrar, tossir, gemer, chorar. Com o tempo aprendi se eu precisava levantar e ir olhar ou se eu podia só olhar pela câmera e deixar que ela voltasse a dormir sozinha. Viva a babá eletrônica.

Mas essa função de passar ela pro quartinho me rendeu muitas críticas. Poucas foram as pessoas que aprovaram. Teve gente que disse que eu era loca em deixar um bebê dormindo sozinha nesses tempos de frio. Mas vem cá.... um bebê que dorme a noite inteira sem reclamar, não pode estar achando ruim, não acham???

Outra pessoa me disse que eu era a única pessoa que ela conhecia que o marido não passou a dormir no sofá depois que o bebê nasceu.  Que bom né... Não é porque virei mãe que deixei de ser esposa. Não acho justo simplesmente despachar o marido depois que nasce o filho.
Confesso que eu não devia, mas me incomodei bastante com tanta gente dando pitaco.

Maaaaassss... segui firme no propósito.

Depois que passamos ela pro quartinho, bagunçou um pouco o sono. Cheguei até conversar com a pediatra sobre isso e ela me falou sobre insegurança. 

Quando a Lívia estava dormindo no nosso quarto, por mais que eu não visse, as vezes ela acordava de noite, via que estava ali e voltava a dormir. Quando foi pro quartinho dela, ela acordava de noite e não reconhecia o lugar onde estava. Por mais que não fosse nada ameaçador e que de dia ela ficasse ali, era uma mudança e ela sentiria.

Notei que ela ficou mais apegada na hora do sono, tanto em mim quanto no Amaral, ela agarrava nossa roupa pra dormir. Dormia no colo e na hora de colocar na cama acordava e já fazia um berreiro.
Mas como eu falei, repito e direi quantas vezes for necessário: eu faço o que é melhor pra ela. Então se precisar ficar até madrugada, ou levantar da cama quantas vezes for necessário, eu faço. E fiz (no período mais frio do inverno affff).

Agora o Amaral está num emprego de turno normal, então acorda muito cedo, consequentemente eu privo ele à noite. Não peço mais tanta ajuda, pq ele precisa dormir cedo e descansar. Então essa função de adaptar ela ao quartinho ficou toda comigo. Já adaptada à vida de um bebê, me senti totalmente segura em fazer isso sozinha.

Só que estava ficando muito complicado essa coisa da Lívia só dormir se fosse no colo e quando colocada na cama acordava. Então conversamos e decidimos de novo encarar o deixa chorar.

Dava o mamá, fazia arrotar e a colocava na cama ainda acordada. Pra já que começava o berreiro. Deixava 7 minutos, passando disso, pegava no colo, acalmava e colocava na cama de novo. Teve noites que fiquei 3 horas tentando fazê-la dormir. Persistência é palavra chave.
Insisti nisso: mamá e cama ainda acordada. Eu ficava no quarto até ela pegar no sono. Não ficava com ela no colo, mas pelo menos ela me via e sabia que eu estava por perto.

Com o temo ela foi acostumando, foi chorando cada vez menos e hoje eu boto na cama, dou o bico e o naná (almofadinha), beijo, boa noite, dorme com os anjinhos e vou pro meu quarto.  As vezes leva uns 20 ou 30 min pra ela ferrar no sono, outras vezes eu mal chego no meu quarto, ligo a babá e ela já está ferrada.

Hoje o único inconveniente é que se ela perde o bico ainda acordada, ela chora, aí eu levanto , vou lá, coloco o bico e saio do quarto sem falar com ela.

Agora o banho já não é mais antes de dormir. Percebi que ela estava ficando elétrica depois do banho então desvinculei banho e sono. Dou banho no horário que é mais conveniente. Mas a hora de dormir é quase sempre a mesma. Por volta das 22:30hs e ela dorme normalmente até as 8 ou 9h da manhã. As vezes um pouco mais, outras um pouco menos. Raríssimas vezes acorda na madrugada, e quando isso aconteceu é por causa do bico.

Aí depois dessa fase, vieram as críticas de “como t tem coragem de dar boa noite e virar as costas?”, “ah, mas um embalinho pra dormir é tão bom”... Vários foram os comentários, e mais uma vez eu não tava aguentando.

Cheguei a me questionar se estava fazendo correto, mas me tranquilizei um dia em que minha mãe disse que me achava muito durona, que eu não sedia nunca e o Amaral saiu em minha defesa. Ele disse que no início também me achava durona, mas depois que ele viu que era assim mesmo que tinha que ser e que dava resultado eu realmente me tranquilizei. Ter o apoio de quem está próximo é confortante.

Então dane-se o que as pessoas pensam e falam. O fato é que depois que a Lívia foi pro quartinho, tudo ficou melhor: a rotina dela estabilizou, as noites de sono se tornaram completas e a função de ficar embalando acabou. Além de que eu e o Amaral retomamos o “dormir de conchinha” hehehe.

Noto que as pessoas se surpreendem quando digo que ela já dorme sozinha no quartinho e que dorme a noite inteira. Muitas pessoas me perguntam como eu consegui essa façanha. Eu confesso que não foi fácil, mas a palavra chave é PERSISTÊNCIA, mas antes de ter persistência, tem que querer, porque é muito comum eu ouvir “fulaninho não dorme sozinho”, mas aí eu me pergunto “você já tentou?”

É muito fácil jogar a culpa nas crianças pra esconder uma fraqueza nossa. Se não quisermos, não fizermos o esforço, as coisas não vão acontecer mesmo.....


Beijos a todas.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

3º e 4º mês – Evolução

Estou escrevendo o 3º e 4º mês juntos pq eles foram bem parecidos. Passados os dois primeiros meses, onde tudo era novidade (não que ainda não seja), começou a chegar um período de calmaria (sqn).

Na verdade o tempo foi passando, a gente foi se reconhecendo, se adaptando e as coisas foram entrando nos eixos. As noites de sono vinham sendo mais satisfatórias, as mamadas mais organizadas, ela mais satisfeita em relação à fome e eu mais do que nunca decidida a botar ordem no circo.

Aos poucos consegui ir mostrando pra mim mesma (e pros outros, pq querendo ou não muitos estavam me avaliando) que eu era capaz de cuidar, criar e educar a minha filha. Um dia estávamos sozinhos em casa (o que é raríssimo) e o Amaral olhou pra mim, me fez um carinho e disse “e tu tinha medo de não dar conta”. Nossa.... isso pra mim foi um mega elogio.

Eu tinha sim medo de não dar conta. Medo de não conseguir cuidar dela, da casa, de mim... Com certeza ela em primeiro lugar, e se as outras coisas precisarem ficar pra trás, elas ficam, mas de um jeito ou de outro estou conseguindo. Consegui até tirar um 10 na prova de final de semestre na faculdade hehehe.

Mas além de ser o período de minha afirmação como mãe de família, esse é período de evolução pra ela. Nossa.... como as coisas mudaram em relação aos dois primeiros meses. Antes era tudo muito sensível, agora tudo é mais roots, hehehe

Nesse período começou a surgir o chamado “sorriso social”, aquele que é dado por algum motivo. A Lívia sempre foi muito sorridente, desde a barriga, pois víamos nas ecografias que ela estava sorrindo. Mas claro que eu sabia que tudo isso era reflexo, não era intencional.

Já no hospital conseguimos fotos dela sorrindo, um sorriso de boca mole, mas a coisa mais linda (mãe babona). Mas a chegada do sorriso social só veio a confirmar o que eu já sabia: A Lívia é muito feliz. Nossa, desde que aprendeu a sorrir, ela sorri por tudo, qq coisa é motivo pra ela abrir aquele bocão e mostrar a gengiva sem dente. Amoooo

Nessa faze também começaram a aparecer as primeiras balbucias. Lógico que eu sei que ela não está falando, mas afirmo com toda certeza: ELA CONVERSA. Ela fazia (digo fazia pq hoje, com quase 5 meses já é bem diferente) um engresamento, uma enrolação que só podia estar querendo dizer alguma coisa. E eu, como boa tagarela que sou, sempre dei corda e puxei papo. Dependendo só de mim, com 6 meses a Lívia vai estar discursando já hehehe.

Começou também a ficar mais firmezinha, já querendo sentar, se virar... Claro que tudo não passavam de tentativas, mas é maravilhoso ver uma coisinha que saiu de dentro de mim evoluindo assim tão rápido. Dá uma sensação estar no caminho certo.

Eu já me virava muito bem com ela, já saíamos sozinhas, íamos às lojas, batíamos perna por tudo. Com toda essa minha destreza com ela, não me apegava em ficar em casa porque ela era pequeninha. Saíamos por tudo, fomos passear na serra, na praia, shopping então era direto. Nunca tive frescura de não sair pq ela era bebezinha (falo “era” como se hoje ela já fosse grande hehe), só não gostava e ainda não gosto, quando gente sem noção se aproxima.

Adoro sair na rua e ver que todo mundo fica olhando, mas sempre tem um sem noção que quer beijar, ficar pegando na mãozinha ou apertando a bochecha. Poxa, ela é um bebê, ainda não tem imunidade suficiente pra lutar contra os vírus podres que nós adultos temos. Então com isso sempre fui chata. Se um estranho tocava nela, logo eu limpava. Não é por nojo, não. É puramente segurança e prevenção.

Inclusive fica a dica: Quando você vir um bebezinho, não hesite em olhar, sorrir e elogiar. Os pais inflam de tanta alegria e isso transmite boas energias para quem faz e quem recebe. Mas evite tocar, chegar muito perto e muito menos beijar (se você for um estranho). Até completar o ciclo de vacinas, que vai até 1 ano e meio, a criança é como um computador vazio: nós é que salvamos os registros e inserimos os vírus. Só que não dá pra simplesmente mandar o bebê pro técnico e pedir pra fazer uma limpeza.  Capite???

Então é isso. Assim foi nosso 3º e 4º mês:
     - Sorrisos e muitos sorrisos
     - Conversas que só ela entende
     - Passeios
     - Tudo entrando nos eixos


Seguem fotinhos desse período.

3º MÊS

Sorrisão na festa junina que fizemos em casa

Em época de protestos por todo Brasil...

Temos protesto em casa tbm...

Com as amigas no passeio à casa da praia

Família em Bento Gonçalves (olha o sorriso da moça)

Com o vô gaudério no rodeio
Escrevendo a cartinha de dia da vovó

Bolinho de comemoração aos 3 meses



4º MÊS 

Testando a cadeirinha do papá

Segurado a mamadeira sozinha

Sentadinha e ainda apoiando o braço no sofá... que nojo
Passeadora, adora a cadeirinha do carro

Na pediatra.... ama qdo tira a roupa

Se revirando no soninho

Depois que aprendeu, não tem mais dormir de barriga pra cima
Bolinho de comemoração aos 4 meses


terça-feira, 30 de julho de 2013

2º mês - Adaptação

Passado o primeiro mês, onde estávamos sendo apresentadas uma à outra e nos reconhecendo, era chegada a hora de nos adequarmos à vida normal.

Como no primeiro mês a orientação era de mamadas por livre demanda e pra ajudar meu leite não a sustentava, era impossível estabelecer uma rotina, já que ela praticamente passava o dia (e a noite) pendurada na teta.  Mas com a entrada da mamadeira eu conseguia saber se o choro era de fome ou outra coisa. E essa “outra coisa” quase sempre eram as malditas cólicas.

Nossa... não gosto nem de me lembrar. Começou um pouco antes de completar um mês, mais ou menos com 25 dias. Ela começou a chorar além do normal, principalmente à noite. Tinha hora marcada: 2h da madrugada. Não era um choro comum, eram gritos, gritos desesperadores.

Que fase complicada. Me desesperava quando ela começava a gritar, ficava sem saber direito o que fazer e acabava chorando junto. Fazia massagem, colocava bolsinha de água morna e em último caso dava umas gotinhas de luftal, mas as vezes nada disso adiantava e só o que resolvia era colocar ela pra dormir de bruços. Isso é assunto que vou contar em outro post, quando falar sobre o sono.

Minha sorte é que o Amaral é muito, mas muito calmo. Porque não foi uma nem duas vezes que eu entrei em desespero com o choro dela na madrugada e comecei a chorar junto. Eu não sabia mais o que fazer, me achava uma incompetente, incapaz de conseguir ajudar minha filha. E quando via o Amaral com toda aquela calma, pegava ela no colo e de vagarinho ia fazendo ela se acalmar, eu ficava com vergonha de mim, por não ter conseguido cumprir meu papel.

Não tive depressão pós-parto, mas cheguei perto. E tenho certeza que isso só não aconteceu porque tenho um marido muito companheiro, compreensivo e acima de tudo, parceiro. Pra ele não tem essa de só a mãe é que tem que fazer pelo bebê, o pai também pode, e deve ajudar. Isso foi o que me salvou.

Além dessa função em lidar com as cólicas, no segundo mês comecei a investir no treinamento de sono noturno. Chamo de treinamento porque é um caminho longo e uma criança que não tem base nenhuma, precisa de atenção total e orientação pra cumprir tarefas simples, mesmo que seja o sono. Mas não foi tão simples essa missão.

Eu acredito que a gente aprende as coisas por repetição, por isso insistia em manter uma rotina. Todo dia tudo igual e nos mesmos horários para ir habituando o corpo da Lívia ao que é dia o que e noite. Era um esforço enorme pra mantê-la acordada durante o dia e outro para fazê-la dormir num horário adequado.

Durante a semana era mais tranquilo de fazer essa rotina, mas nos finais de semana era impossível. Com a casa sempre cheia, todo mundo pegando no colo e embalando, cada um se achando mais capaz do que o outro pra fazer ela não chorar... Era aquela passação de colo em colo durante o dia e eu pagando meus pecados durante a noite. Era fatal, final de semana ela se enchia de mania e só queria dormir no colo.

Enfim... nem sempre as coisas são como a gente deseja, e muitas vezes é preciso relevar pra não criar caso. Mas chegou um ponto em que eu comecei a dar uns basta e dizer uns não de vez em quando. Não dava... quando todos viravam as costas eu e o Amaral é que sofríamos.

Eu fazia questão de estabelecer uma rotina. Sou adepta da organização, das coisas nos seus mínimos detalhes e de ordem e determinação. Se é assim, é assim e ponto final. E por ser assim tão organizada sofri um pouco quando descobri que com uma criança não é assim que funciona. Por mais que eu quisesse, nem sempre ela dormia ou ficava acordada no mesmo horário e eu ficava p da cara quando as coisas saíam meu controle.

Não adianta, eu já tive mil pauladas na cabeça me provando que nem sempre consigo estar no controle de tudo e mesmo assim não aprendo.... Tenho esperança ainda de um dia eu ficar menos incomodada quando for contrariada. Mas por outro lado, ser contrariada me chama ao desafio e se sou desafiada vou até o fim pra conseguir vencer. E nesse caso a disputa era comigo mesma. Era provar pra mim mesma que eu era capaz de estabelecer a tal rotina com a Lívia.

E com muita persistência fomos estabelecendo uma rotina que ficasse boa para todas as partes, mas tentando não ficar refém do relógio. Nosso dia era mais regido pela frequência das mamadas do que propriamente pelo horário das atividades. Ela mamava assim que acordava e seguia mamando a cada 3 horas e à noite era a sequencia de banho, mamá e cama. Dentro do possível, mantínhamos essa rotina.

E assim foi o nosso segundo mês:
     - Cólicas infernais que faziam a Lívia se contorcer e berrar
     - Eu desesperada sem saber como ajudar
     - Amaral com jornada dupla: trabalhando e me ajudando com a Lívia (além de ter que me acalmar várias vezes)
     - Eu estressada com a função de colo, pegação e embalação de todo mundo
     - Rotina sendo estabelecida


E aí umas fotinhos...
De bruços pra poder suportar as cólicas

Passeando no parque... 

O famoso banho de balde. Ela adorou.

Conhecendo a bendita Galinha Pintadinha

Bolinho de 2 meses. Foi difícil arrancar um sorriso nesse dia.