sábado, 14 de janeiro de 2012

História de livro

Outro dia eu comentei no blog que faria um post sobre algumas situações que aconteceram no final do ano passado e finalmente consegui um tempinho pra escrever.

Com a chegada do final do ano, stress foi aumentando, as lembranças tinham um peso enorme e algumas coisas se tornaram insustentáveis. Com a reforma da nossa casa, nossa situação financeira ficou bem (muito) crítica, e isso começou a me incomodar. Ver as coisas por fazer, a casa inacabada e não ter dinheiro pra seguir adiante me incomoda(va) muito. Como não sou de ficar esperando as coisas acontecerem, passava o tempo todo pensando em como podia fazer pra conseguir o dinheiro que precisávamos. Já o Amaral, é totalmente diferente, não se estressa com nada, tem uma paciêeeeencia, não tem pressa pra nada, e pra ele se desse pra terminar a obra tava bom, se não desse, fazer oque?, esperar..... Isso me enlouquecia, não aceitava que as coisas fossem assim, se tem que fazer, tem que faze e pronto. Então com todo o stress e a pressão que eu sentia, acabamos fazendo uma coisa que nunca fizemos: discutir. Vira e mexe estávamos discutindo, se exaltando, brigando e chorando. Meu Deus, que período que não gosto nem de me lembrar....

As brigas e discuções começaram a ser constantes, junto a isso, o Amaral resolveu não me acompanhar mais no centro espírita e isso me deixava insegura. Coisa minha, mas pra mim era importante ele me acompanhar, mas ele simplesmente disse que não queria mais ir porque não se sentia bem lá. Tudo bem eu não ia obrigar, mas fiquei triste. Segui indo sozinha e rezando pela nossa paz, pedindo que Deus me desse calma e sabedoria para lidar com essa situação toda. Mas não estava adiantando muito, o stress tava grande e o Amaral começou a mudar comigo. Começou a ser mais ríspido, autoritário, ficou de um jeito que ele nunca foi. Aquilo era tudo muito estranho, parecia que ele era outra pessoa. Eu não reconhecia mais o meu marido e quando conversávamos ele negava que estivesse diferente. Ele sempre foi muito preocupado comigo e naquela época ele não tava nem aí se eu estava bem ou mal.

As minhas terapias semanais passaram a ter essas discuções como assunto, e meu psicólogo, que também é espírita, sugeriu que isso pudesse ser um processo obsessivo e me pediu pra buscar auxílio no centro espírita. Sinceramente não estava levando fé, até porque o Amaral sempre foi uma pessoa calma, de muuuuita paciência e sempre tive ele como um ser iluminado, que não sai do eixo nunca, mas resolvi ouvir meu psicólogo.

Fui no Boa Nova num dia de orientação e conversei com a Dona Gilda. Expliquei tudo o que estava acontecendo e ela sem titubear disse: vocês estão sofrendo um processo obsessivo. Fiquei meio chocada com aquilo, era tão estranho de ouvir isso. A Dona Gilda então agendou um dia para que fosse feita uma pesquisa cármica comigo. A pesquisa cármica, como o próprio nome já diz, é uma seção espírita onde se busca tratar pendências de outras vidas, problemas que não foram resolvidos, ou seja, os nossos carmas. Não sabia bem como isso funcionava, mas no dia marcado eu estava lá.

Fui então encaminhada para uma sala pequena, onde tinha uma mesa e vários médiuns sentados à volta. Pediram que eu ficasse apenas em oração, mentalizando o que eu fui ali buscar. Iniciou a seção e um espírito logo se manifestou.  Ele falava com um tom muito brabo, revoltado e dizia “meu problema não é com ela, é com ele. Se ela soubesse ia me agradecer o favor que eu tô fazendo a ela. Eu não vou descansar enquanto não conseguir o que eu quero, ele me paga, isso não vai ficar assim”.  Fiquei tão assustada com aquilo, porque depois disso, ficou claro pra mim que havia um espírito obsessor com o Amaral. 

A seção seguiu, outros espíritos se manifestaram, uns falaram coisas boas, outros deixaram mensagens de reflexão, outros eu não entendia o que diziam e outros se manifestavam através de desenhos, mas aquele espírito revoltado estava irredutível, e dizia o tempo todo que não deixaria assim. Os médiuns que estavam coordenando a seção conversavam com ele e pediam que ele desistisse de vingança, que nos deixasse seguir nosso caminho e que buscasse pra si o caminho de luz e paz. O espírito disse que ia pensar no assunto, mas que não estava satisfeito com isso, que ele queria mesmo era recuperar o que era dele. 

A seção durou uns 15 minutos, pediram que eu saísse e que no dia seguinte eu retornasse para uma reunião onde me dariam o resultado dessa pesquisa. Pediram também que eu procurasse não pensar no que tinha acontecido ali, não ficasse alimentando pensamentos e tentando descobrir o que tudo aquilo significava. Todo o material da pesquisa seria encaminhado para o pessoal especializado que faria a leitura e interpretação de tudo. 

Ok, voltei a minha rotina e mais tarde fui pra casa. O clima entre eu e o Amaral não estava dos melhores naquela semana, mas naquele dia, assim que eu cheguei em casa ele veio conversar comigo. Naquela conversa sim ele era o Amaral que eu conhecia: carinhoso, amável, preocupado em fazer a gente se acertar e principalmente, preocupado se eu estava me sentindo bem. Reconheceu que estava sendo grosseiro comigo nos últimos dias e também reconheceu que não fazia isso de propósito e que nem sequer entendia porque estava me tratando daquela maneira se aquele não era o jeito normal dele. O clima entre nós foi aliviando e finalmente nos entendemos, aceitamos as diferenças que temos  e respeitamos isso como sempre foi. Finalmente a paz parecia retornar pra nossa vida.

No dia seguinte, fui ao Boa Nova pra buscar o resultado da pesquisa cármica e conforme iam me passando a leitura, eu ia me vendo nas páginas de um livro.... Fui levada para uma salinha e apenas uma das médiuns me acompanhou. Ela levou um junto uma pasta que tinha uma espécie de dossiê de vidas passadas. Eram muitas folhas, com desenhos e mensagens psicografadas que os médiuns tinham recebido durante aquele trabalho. Ela me explicou que depois que eu saí da seção, o trabalho continuou por mais tempo só entre os médiuns e os espíritos. Então ela começou a me mostrar o material e me dar a interpretação da pesquisa. 

Apareceram em várias folhas, desenhos de 3 fogueiras, e isso significava que naquela seção foram trabalhados e queimados carmas de 3 vidas passadas.

Havia também alguns desenhos de corações machucados e casais separados por flechas e isso significava o momento que estávamos vivendo, que houve uma turbulência no casamento, mas também apareciam flechas apontadas para baixo, que significavam que isso já estava passando.

Um dos desenhos mostrava uma índia acima de várias pessoas e essas pessoas estavam de ponta cabeça, através disso foi identificado que em uma das minhas vidas passadas eu fui uma líder indígena, mas que por ser tão controladora eu coloquei minha tribo de “cabeça pra baixo” enlouquecendo a vida de todo mundo.

Tinham várias mensagens escritas que jogavam palavras soltas que algumas que me lembro diziam: controladora, apressada, agitada, impulsiva...

Foi feito também um desenho em que aparecia um casal, um menino, uma menina e um bebê circulado. Ela me perguntou se eu tinha passado por um aborto. Respondi que sim, e depois que contei a história toda, ela ficou em dúvida se aquele bebê significava a gestação interrompida ou o João Pedro, mas independente disso, tinha criança a caminho.

Tinham também desenhos que significavam renovação através de flores nascendo, mãos brotando do chão que significava que haviam muitos amigos espirituais querendo me ajudar e que inclusive deixaram a mensagem que eu deveria desenvolver rapidamente minha mediunidade pois precisavam da minha ajuda no campo da saúde e emocional.

E por fim ela me disse que aquele espírito revoltado era um relacionamento meu de outras vidas, que não aceitava o fato de eu estar vivendo bem com o Amaral nesta vida. A revolta dele era que em outra vida o Amaral me tirou dele e ele sofreu muito e por isso queria infernizar a nossa vida, obsediando o Amaral para que começássemos a brigar e acabássemos nos separando e ele pudesse me levar com ele me induzindo a cometer suicídio. Ela me explicou que isso só aconteceu agora, porque com tudo que se passou na nossa vida nos últimos tempos, acabamos nos colocando no nível de vibração dos seres menos evoluídos, ou seja, nos colocando no mesmo nível deste espírito revoltado e abrimos espaço pra que ele se aproximasse e causasse todo o estrago que vinha fazendo.

Quando ela me falou isso, fiquei impressionada, porque era realmente isso que estava acontecendo, mas ao mesmo tempo que concordei com isso, pareceu que eu estava vivendo a história de um livro psicografado, desses romances da Zibia Gasparetto, que parecem fictícios. Impressionante. Se não tivesse acontecendo comigo, acho que eu não acreditaria se alguém me contasse.

A senhora que estava me passando a leitura da pesquisa me disse que foi muito difícil fazer com que esse espírito aceitasse a situação atual, mas que enfim ele concordou em dar uma trégua mas que assim que ele percebesse que eu estava precisando, ele voltaria pra me ajudar (do jeito dele né), ou seja, se eu me colocar novamente no padrão energético dele, ele vai ter abertura pra chegar perto de nós de novo e me induzir ao suicídio pra que eu possa ficar junto dele.

Por causa dessa obsessão, esse espírito não conseguiu evoluir e permanece nas regiões inferiores e não aceita ajuda porque ele tem desejo de vingança. Meu Deus.... achei que isso era só em livro e filme.... Jamais imaginava viver uma história dessas.

Enfim... o tal espírito aceitou nos deixar em paz e “coincidentemente”, no mesmo dia, tudo mudou na nossa vida. Além disso, ficou como um alerta pra mim essa questão de ser controladora, que é uma característica que eu carrego de outras vidas, e que já me causou problemas no passado. Tenho a consciência de que preciso mudar isso, mas a prova de que é difícil, é que isso me acompanha por vidas, mas estou disposta a fazer um esforço (já estou fazendo), pelo meu bem e das pessoas que convivem comigo.

Outra coisa que aprendi, e aí entra o “autocontrole”, que é diferente de ser controladora, é que preciso conseguir me manter sempre num nível de energia positiva. Já sei que se eu baixar a guarda, este espírito apaixonado (hehe) pode se aproximar e acabar me prejudicando, tão grande é a obsessão dele.

Tudo aquilo que eu lia nos livros, via nos filmes e que tinha dúvidas se era realmente assim, aconteceu comigo. Realmente, em outros tempos, se alguém me contasse, eu não acreditaria. Cada vez mais reforço a minha crença no espiritismo, pois no último ano tive experiências suficientes pra decidir se acredito ou não. Como sou muito realista, e usava muito o jargão “só acredito vendo”, e acho que isso tudo aconteceu pra me provar que posso acreditar. Prefiro não ver nada... apenas sentir já o suficiente.

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