quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Final do ano sempre é um tormento

Bom, passados os dias de tormento, finalmente criei coragem de vir aqui no blog escrever.  Digo coragem porque realmente tenho me sentido meio covarde com meus sentimentos. Não sei se tem a ver com o momento sensível que estou vivendo, mas parece que aquela força de antes não é tão forte.

Quem acompanha minha história sabe que o final do ano é muito marcante pra mim. E como falam muito na lei da atração, parece que isso se confirma pra mim, pois é uma tristeza atrás da outra e tudo parece que não vai ter fim.  As vezes penso que nunca mais vou ter um final de ano feliz.

Os dias que antecederam as datas que marcam o nascimento e a morte do João Pedro foram muito conturbados. Eu tentava compensar a angústia que sentia com os sentimentos bons em relação à Lívia, só que isso começou a ser contraditório. Eu sei que pode ser uma maluquice, mas eu me sentia culpada em estar tendo sentimentos felizes com Lívia e sentimentos tristes com o João Pedro.  Me perguntava como eu podia me sentir assim em relação aos meus dois filhos.

Isso era tão estranho e eu sofri muito imaginando que a Lívia estivesse triste comigo porque ultimamente eu pensava muito no JP e desejava ter ele de volta. Imaginei que ela pudesse pensar que eu gostasse mais dele do que dela.

Em contrapartida, imaginei que o JP pudesse estar decepcionado comigo por eu estar preparando tudo para a chegada da Lívia e não desse atenção suficiente a ele. É uma sensação muito estranha, porque sei que meu filho não está mais vivo entre nós, mas pra mim é apenas como se ele morasse em outro lugar, pois meus sentimentos por ele são muito vivos. É estranho não sei como explicar isso.

Eu me senti muito culpada por estar preparando algumas coisas pra enfeitar o quartinho da Lívia, quando minha vontade era também de estar preparando a festinha de 2 anos do João Pedro. Sentia como se ele fosse ficar triste comigo por não fazer nada por ele. É difícil me fazer entender, mas realmente foi um período muito conturbado, que sem o Amaral teria sido muito difícil de passar.

Havia dias que minha angustia era tanta, que eu aproveitava o transito de ia e vinda do trabalho pra chorar e colocar pra fora tudo que estava preso no meu peito.  Esse era o meu único momento sozinha, momento meu, com meus pensamentos. Difícil era controlar esses sentimentos durante o expediente e passar o dia sorrindo.

No dia que seria o aniversário dele, acordei muito angustiada, e chorei assim que abri os olhos. Senti muita falta dele e fiquei imaginando como seria ele ali, deitado no nosso meio brincando no domingo de manhã. O Amaral me ajudou, me acalmou e então consegui sair da cama. Até que passamos um dia agradável, tentando nos ocupar de tudo que foi jeito pra não deixar espaço livre pros pensamentos.

Na hora de deitar, fiz uma oração especial, pedindo aos anjos de luz que ajudem meu menino a cumprir o seu propósito no plano espiritual e que ele possa enfim resgatar o que fosse necessário, para quem sabe um dia poder retornar ao plano terrestre e seguir a sua evolução. Pedi ao meu filhote um carinho, disse que eu estava com muita saudade e queria sentir sua presença em nossas vidas. Enquanto rezava, imaginei isso acontecendo através da imagem de uma borboleta branca pousando em mim, simbolizando a paz dos anjos do céu.

Dormi bem naquela noite, mas no dia seguinte, dia do falecimento dele, tive que fazer um esforço pra levantar e ir trabalhar. O pior de tudo foi ter que engolir o choro e fazer cara de “tudo bem” o dia inteiro. As duas colegas que trabalham comigo sabiam o que aquele dia significava, então fizeram de tudo pelo meu bem estar e me ajudaram a passar um dia não tão tenso.

Porém não são todas as pessoas que tem esse bom senso, e nesse dia ainda tive que driblar uma tentativa de rasteira no trabalho. Mas isso não é assunto pra este blog. Porém isso me abalou bastante, e juntando com todo o sentimento do dia, logicamente cheguei em casa e desabei. Tudo era motivo pra chorar e me sentir a pior pessoa do mundo. Ainda bem que o Amaral e eu somos muito ligados um ao outro, que mesmo de longe, ele sentiu que eu estava precisando, e me ligou. Providencial, pois foi só falando com ele que consegui me acalmar. Não fosse as palavras do Amaral e meus sentimentos pela Lívia, não sei como teria sido. Mas enfim, consegui passar por esses dois dias terríveis.

Mas não bastasse isso, no dia seguinte ainda tive que me envolver em problemas de família...  Olha... esses últimos dias foram fora do comum... Ainda bem que passaram.

Num desses dias tensos, estava em casa conversando com meu pai e minha irmã, e de repente entrou pela janela da sala uma linda borboleta branca. Ela ficou rodando, pairando nossas cabeças, entrou em todas as peças da casa, por fim pousou no meu ombro e foi embora. Não pude deixar de me emocionar e lembrar do pedido que eu havia feito em oração apenas 4 dias antes. Aquilo simbolizou um “mãe, eu estou aqui com vocês até nas horas difíceis”.

Como eu acredito, isso pra mim foi um presente, como se fosse um abraço do meu filho, que confortou meu coração e deixou os dias mais leves. Com isso consegui aliviar a tensão e tirar de mim a angústia que eu estava sentido.

Hoje, estando mais “lúcida”, sei que todas as minhas angústias foram em vão e que não há motivo para me sentir culpada. Cada filho é único e com cada um é uma situação diferente. Não há como dividir o amor dos dois, nem um substituirá o outro. O jeito é conciliar os sentimentos e saber que cada um tem seu espaço no meu coração independente do plano em que vivam.

Depois de toda essa angústia curada, agora vem a boa fase de aguardar a eco de amanhã e ver como anda a dona Lívia. Logo trago notícias.

Beijos e boa noite a todos.




 

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

A proximidade das datas faz doer

Hoje dando uma olhada nos blogs que sigo, me deparei com um texto que achei fantástico.
 
Não que eu tenha gostado do que está escrito, mas achei fantástico porque a pessoa que escreveu traduziu perfeitamente a situação e atualmente vivo esses dois sentimentos juntos.
 
Este texto foi lido por Bruno Gouveia, vocalista da banda Biquini Cavadão, na missa de sétimo dia de seu filho e sua esposa que morreram em um acidente de helicóptero em 2011.

A morte de um filho
é uma gravidez às avessas
volta pra dentro da gente
para uma gestação eterna

aninha-se aos poucos
buscando um espaço
por isso dói o corpo
por isso, o cansaço

E como numa gestação ao contrário
a dor do parto é a da partida
de volta ao corpo pra acolhida
reviravolta na sua vida

E já começa te chutando, tirando o sono
mexendo os órgãos, lembrando ao dono
que está presente, te bagunçando o pensamento
te vazando de lágrimas e disparando o coração,

A morte de um filho é essa gravidez ao contrário
mas com o tempo, vai desinchando
até se transformar numa semente de amor
e que nunca mais sairá de dentro de ti.

Daqui há alguns dias completa dois anos do nascimento e da morte do meu amado filho João Pedro e, inevitavelmente, os sentimentos estão borbulhando na minha cabeça.  
 
Hoje a situação é diferente, pois a Lívia tem me trazido a esperança de dias melhores. Só que a ausência do João Pedro sempre será sentida.
 
O texto acima traduz perfeitamente o que sinto dentro de mim: a “gravidez”, pela espera da Lívia e o “contrário” pela partida do João Pedro.
 
Com todo esse sentimento contraditório dentro de mim, fico me perguntando: “o que será de mim nos próximos dias?”
 
Sinto isso todos os dias, mas a aproximação das datas faz tudo triplicar de intensidade.
 
Torço pra que eu consiga passar os próximos dias bem e mais uma vez superar essa tristeza que toma conta do meu peito perto das festas de final de ano.
 
Quem puder, peço que ao final de ler esse post, faça uma oração por mim, pelo Amaral, para que possamos passar bem por esse dias, pela Lívia, para que ela não sinta a minha angústia, e pelo João Pedro, para que ele esteja bem onde estiver e siga o caminho traçado por Deus.
 
Um abraço a todos e fiquem com Deus. 
 
 
O texto foi retirado do blog PARTIDA E CHEGADA
(http://www.partidaechegada.com/2011/06/morte-de-um-filho-e-gravidez-ao.html)





quinta-feira, 15 de novembro de 2012

A escolha do nome

Bom, sem sombra de dúvidas, escolher o nome dos filhos não é tarefa fácil. Tem gente que desde pequena já diz que quando tiver filhos se chamará fulano, mas comigo isso não funciona. Talvez por eu naturalmente ser uma pessoa indecisa e que enjoa muito fácil das coisas, nunca me apeguei a um nome e desejei isso pro futuro dos meus filhos.
 
Considero a escolha do nome uma grande responsabilidade, pensem bem, é o nome que essa criança vai carregar pro resto da vida. Nossa, que compromisso.
Quando escolhemos o nome do João Pedro, até que não foi tão difícil. Procuramos pensar na combinação dos sobrenomes: o meu é Bandeira Pedro e o Amaral é do Amaral da Silva, então pros nossos filhos resta um Pedro da Silva (nossa que sobrenome de peso... hehehehe). Mas quando pensamos no nome João, logo me veio na cabeça a combinação “João Pedro da Silva”. Tadinho, teria vários homônimos se deixássemos assim. Então resolvemos usar o Pedro do meu sobrenome como segundo nome dele e incluímos o do Amaral, pra não ficar tão ruim, aí ficou João Pedro do Amaral da Silva.
 
O Amaral gostou da ideia, porque João era o nome do avô dele, então serviria como homenagem ao avô que ele nem conheceu. E se o João Pedro fosse menina, se chamaria Luíza, simplesmente porque achávamos bonito.
 
Aí chegou o momento de escolher os nomes dessa gravidez. Antes mesmo de sabermos o sexo já estávamos conversando sobre isso, pois queria que assim que soubéssemos o que era, já chamássemos pelo nome.
 
Já comentei aqui no blog que um dia sonhei que teria um menino e que ele gostaria de se chamar Bernardo. Acho um lindo nome, estava nas opções na época do JP, mas dessa vez avaliamos outras coisas pra então decidir.
 
Eu definitivamente não gosto de apelidos e diminutivos de nomes. Sei lá, é uma coisa minha, mas detestava quando se referiam ao João Pedro como “Joãozinho”. Poxa, escolhemos um nome tão bonito pra alguns ficarem diminuindo.... Maluquices da minha cabeça, mas não gosto.
 
E quando havíamos falado em Bernardo no passado, minha mãe na mesma hora disse que chamaria de “Berno”. Deusolivre.... Então esse nome foi descartado.
 
Seguimos então na busca por nomes curtos, que minimizassem a chance de diminutivos e eu ainda pensava na situação da atualidade do nome. Queria um nome que combinasse com a idade em qualquer tempo. Por exemplo, o meu nome, não é um nome que eu acho que combine com uma senhora idosa, não imagino meus netos me chamando de “vó Grayce”, ou então o Amaral sendo chamado de “vô Anderson” hahaha. E também não podia ser um nome tão velho, que não combinasse com a fase criança, mas isso já foi mais difícil. Sei lá, mais uma maluquice da minha cabeça, mas vou fazer o que se essas coisas pairam nos meus pensamentos??? hehehehe.
 
Pra menino, a escolha foi muito rápida, a primeira opção que eu citei o Amaral gostou e quando falamos pra família, todos gostaram. Se fosse menino seria INÁCIO. Não e um nome que combine muito com criança, mas acho muito bonito, forte e dificilmente alguém chamaria de Inácinho ou Inaciozinho. Bingo, era Inácio e estava definido.
 
Já pra escolher o nome de menina foi um parto... Aquela ideia de Luiza não me agradava mais, já tinha passado a fase, e a primeira opção que estava na minha cabeça era Antônia. Eu acho lindo, e pra mim servia como homenagem à Santo Antônio, meu bruxo. O Amaral gostou, mas foi só eu falar dessa opção pra minha mãe que ela encheu de apelidos (ela é campeã disso). Minha mãe disse que se fosse Antônia, ela chamaria de “Tonha”, e se por um acaso ela fosse grandona como eu, minha mãe disse que todos chamariam ela de “Tonhão”. Pronto, bastou pra eu excluir o nome da lista... Por favor, isso não se faz com uma criança. Se fosse pra chamar de Tônia, até não me importava, mas Tonha, ou Tonhão, nem pensar....
 
Aí lancei minha segunda opção: Olívia. Quando falei pro Amaral, ele me olhou com uma cara e na hora disse “Todo mundo vai chamar ela de Olívia Palito”. Argumentei que não, até porque sendo nossa filha, impossível ser magricela, aí ele disse que então chamariam ela de “Olívia Bolota”. Esse a Amaral..... vou te contar, me sai com cada uma. Insisti com ele que isso não aconteceria, porque  o desenho do Popeye é da nossa infância e não de agora e as crianças modernas nem sabem que existe uma Olívia Palito. Pedi pra ele então pensar em alguns nomes e me dizer, mas ele me trouxe cada ideia que prefiro nem citar, vai que alguém goste....
 
Eu ainda estava apostando em Olívia, mas quando falei pra família, quase me mataram. Disseram que o nome era feio, que era de velha, e voltaram com a história do Olívia Palito... Aí alguém falou “Porque não coloca Lívia então?”. Teve mais gente apoiando a ideia e eu então parei pra pensar no nome, já que essa opção nunca tinha aparecido na minha mente.
 
Lívia é um nome lindo, moderno, serve para qualquer etapa da vida, não combina com Livinha, ou Liviazinha. É... tudo estava se encaixando nos requisitos. O Amaral concordou, e enfim decidimos. LÍVIA. Eu ainda preferia Olívia, mas não vou criar caso por causa de apenas uma letra hehehe.
 
Ainda não estou totalmente habituada, as vezes me pego pensando no nome, mas logo senta a poeira e vejo que foi uma bela escolha. Acho realmente muito bonito, mas talvez por nunca ter colocado esse nome na minha lista de favoritos, é que me causa essa estranheza.
 
Ela já é chamada pelo nome desde a hora que a médica identificou no ultrassom, já estou pensando nas coisinhas que vou fazer personalizadas com o nome dela, nossa, já estou pensando em tanta coisa e sinto que tenho tão pouco tempo pela frente... afinal, já estamos no meio do caminho....
 
Bom, a escolha do nome e descoberta do sexo eram as coisas que faltavam pra eu planejar o resto, agora é só correr contra o tempo e deixar tudo arrumadinho pra quando ela chegar em abril.
 
Mãos à obra....
 
Bom feriado a todos.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Vem aí uma menina: LÍVIA

Oi gente...
 
Relendo meu último post, vi que eu estava reclamona de mais. Acho que penso isso hoje porque aquelas sensações não tão boas que comentei já estão passando. Ultimamente tenho me sentido mais bem disposta e com menos efeitos colaterais da gravidez. Que bom né...
 
Mas enfim, chegou dia de ecografia e óóóóbvio que eu tava ansiosa. Andava numa curiosidade pra saber o sexo que não me aguentava mais, tava até com dificuldade pra dormir. Mas na última noite, minha ansiedade era outra e as coisas ruins que já passei me vieram à cabeça e me deixaram além de ansiosa, angustiada.
 
Toda hora vinha na minha cabeça a cena do médico me dando a notícia da HDC do João Pedro e não tinha como eu desviar o pensamento. Na noite anterior ao exame, me senti meio mal, estava ofegante, com falta de ar, pressão um pouco baixa e cheguei até a ficar trêmula. Típicos sinais de crise de ansiedade. Mas consegui controlar e não deixei isso me dominar.
 
De manhã, no dia do exame, antes de sair da cama, eu e o Amaral ficamos um pouco abraçados, conversando, não consegui disfarçar e acabei confessando que eu estava com medo. O medo era tanto que e acabei chorando.
 
Não tem como... só quem já passou por isso pra saber como é difícil aguardar o resultado de um exame. A sorte é que tenho o Amaral ao meu lado, e ele me acalma e me tranquiliza.
 
Fomos então pra clínica e o tempo de espera até o exame foi uma tortura. Quando entramos pra sala, deitei na maca e o Amaral ficou conversando com a “barriga” pedindo pro bebê mostrar o que era e principalmente mostrar que estava bem.
 
Assim que a médica entrou já foi falando “essa é a eco da curiosidade então?!” Aí eu disse pra ela que antes de saber o sexo, eu precisava saber se estava tudo bem. Aí ela foi olhando e dizendo que estava tudo excelente. Foi mostrando os órgãos e dizendo que estava tudo do tamanho adequado ao tempo de gestação e que estava tudo no devido lugar. Me mostrou a linha do diafragma e disse que até o momento ele estava completinho. Ufaaaa.... nessa hora já escorreram lágrimas dos meus olhos.
 
Aí depois que me acalmei, foi hora que matar a curiosidade. Como já fiz varias ecos, já sou craque em identificar os borrões das imagens. Aí quando a médica estava tentando ver o sexo, eu vi uma “coisa” que pra mim era um saquinho, mas achava estranho que não tinha pintinho. Aí a médica parou a imagem e mostrou: “estão vendo: aqui são os lábios e aqui no meio é a rachinha. É uma menina”.  Ainda não estava entendendo... era “muito grande” pra ser uma pepeca.  Aí a médica me disse que é assim mesmo, que é bem inchadinha. Perguntei se ela tinha certeza, se não tinha possibilidade de estar errado e ela me garantiu que era menina.
 
Nossa... quanta felicidade descobrir o sexo do bebê e ainda por cima saber que está tudo bem, tudo indo perfeito. Dá um alívio....
 
Quando a médica nos deixou sozinhos, o Amaral veio beijar a barriga e eu desandei no choro. Um choro de alívio, de alegria. Saímos da sala do exame ligando pra todo mundo contando a novidade. Tudo era alegria...
 
Angústia tirada do peito, a primeira coisa a fazer era entrar numa loja e comprar uma roupa bem linda.
 
Todo mundo dizia que se fosse menina iam encher de roupinha rosa, mas eu não sou muito adepta do “tudo rosa”. Sempre sonhei que se tivesse uma menina, ia usar um vestido azul marinho e sapatinho vermelho, e assim foi. Nem olhei as roupas cor de rosa, fui direto realizar o meu sonho e assim fiz. Escolhi o vestido e o Amaral o sapato e assim estava feita a primeira compra da nossa Lívia (em outro post conto sobre a escolha do nome).
 
O detalhe é que eu fiz as compras chorando... Tinha uma senhora na loja que me olhava o tempo todo, acho que tava apavorada com minha reação, mas eu ria e chorava ao mesmo tempo, parecia uma doida. Era tanta emoção que não cabia dentro de mim.
Olha que amor a roupitcha da moça
Eu tinha certeza que assim que descobríssemos o sexo, os presentes iam borbulhar, e não foi diferente. Meus pais chegaram lá em casa de noite cheios de presentes: cobertor, roupinhas, toquinhas, sapatinhos... um monte de coisas. Aí depois chegou minha irmã e meu cunhado (que serão dindos) com mais um monte de presentes: ursinho, bodys, tênis... nossa, tantos presentes que não cabiam em cima do sofá.
Presentes da dona Lívia
 
Ganhamos também um presente especial, o Cícero, irmão do meu cunhado, aquele que tem síndrome de down,  já falei dele aqui, aqui e aqui, fez pra gente um desenho que conforme ele era “a Deici, o Malal e a Lifa” (a Grayce, o Amaral e a Lívia) e ele escreveu “Você Amo”. Coisa mais querida. Tá guardadinho junto com as roupinhas da “Lifa”.

Minha família ficou enlouquecida, comprando presentes e já programando o que ainda vão comprar. Posso imaginar o que vem pela frente... Coisa boa saber que todo mundo esta bem feliz. Eu não tinha preferência por sexo, mas no fundo, sabia que era uma menina, assim como a maioria das pessoas também achava. Só não afirmava antes para caso viesse um menino, não queria criar expectativas.

Como sempre gravo as ecografias, fiz um apanhado do melhores momentos da Lívia com 17 semanas.
 

 
No dia seguinte, fui arrumar e guardar todos os presentes, e peguei as coisinhas do João Pedro pra organizar e ver o que poderá ser aproveitado. Nossa, que sentimento estranho que me deu. Tive a sensação de estar “substituindo” ele por ela enquanto separava as roupinhas. Isso foi horrível pra mim, cai no choro e só o que pude fazer foi rezar por ele, e dizer que ninguém nunca vai tomar o seu lugar. Mesmo com a alegria pela chegada da Lívia, existe um vazio pela ausência do João Pedro, e isso é muito conflitante dentro de mim. Logo fará dois anos que tudo aconteceu, e isso está mexendo com meus sentimentos... Vou tentar não remexer nesse assunto agora e aproveitar o momento de felicidade que estamos vivendo.
 



quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Os dois lados da moeda

Oi gente...
Sem sombra de dúvidas a gravidez é um momento muito especial na vida de uma mulher. Não só especial, é uma coisa mágica. Mas como tudo na vida, a gravidez também tem seu lado de sensações não tão boas. As mudanças no corpo e na mente são tantas, e em tão pouco tempo, que é difícil assimilar com naturalidade.
 
Claro que toda mulher é diferente uma da outra e cada gravidez é única, então cada pessoa sente de um jeito.
 
Eu as vezes brinco dizendo que, pra mim, ficar grávida é quase como ficar doente, pois tenho tantos sintomas....
 
Ganhei de aniversário da minha irmã o livro “O que esperar quando você está esperando”. O livro é um book, a bíblia da gestação, lá tem tudo sobre cada etapa da gravidez e dá muitas dicas de como minimizar os sintomas “caso” a gestante sinta. Eu sinto todos.... É incrível, não conheço nenhuma mulher que teve tudo que a literatura diz que pode acontecer, e tudo tão certinho no tempo previsto nos livros. E esse livro que ganhei tem me ajudado bastante a identificar certos sintomas e tomar ação correta. É praticamente um médico particular...
 
No primeiro trimestre eu tive aquilo que quase toda grávida tem: muito enjoo, mas muuuuito mesmo, vômitos frequentes, falta de apetite, quedas de pressão e mal estar. Nesse início da gestação, por não conseguir me alimentar bem, acabei emagrecendo. Durante todo o período tive muito sono, muito, muito sono... onde eu me encostava eu dormia. Como até as 12 semanas eu não trabalhei por causa daquele sangramento assustador que falei aqui e tinha que fazer repouso, eu praticamente só dormia. Por conta das quedas de pressão, frequentemente eu sentia tonturas e desmaios e nunca saía sozinha, por medo de cair.
 
Neste período também tive muita prisão de ventre, a ponto de o Amaral ter que me fazer massagem por causa dos gases. Por causa disso, tive problemas em grau leve com hemorroidas. Digo leve pois já sofri muito com isso no passado e sei bem o que é uma crise, então por enquanto, considero grau leve. Nesse período também tive a comum necessidade urgente de urinar. Chegava a acordar duas vezes na madrugada e saía correndo pro banheiro, antes que não desse tempo. No primeiro e segundo mês, senti drasticamente a mudança dos seios. Cresceram bastante e a dor era tanta que até com a água do chuveiro doía.  
 
Também tive algumas ocorrências de sangramento do nariz, por conta do aumento da circulação sanguínea. Outra coisa que observei foi uma aumento do volume de saliva.
 
Olhando por esse ponto, parece que o primeiro trimestre só teve coisa ruim, mas muito pelo contrário....todos esses sintomas foram abafados pela alegria de anunciar a gravidez. A surpresa dos primeiros presentinhos, a imensa felicidade de fazer as ecos e saber que tudo está bem com o bebê... Nossa tiveram tantas situações felizes, que todos esses sintomas ficam esquecidos.
 
Aí começou o segundo trimestre, e o enjoo instantaneamente desapareceu. Incrível como foi certinho. Exatamente ao final as 12 semanas, os enjoos sumiram. Continuo tendo alguns vômitos de vez em quando, mas agora diferentes. Eles são depois de uma súbita dor de estômago e vem fulminante que as vezes nem dá tempo de chegar a um banheiro e acontece na rua mesmo.
 
Agora surgiu também azia. Nossa, pincipalmente de manhã, sinto uma queimação no estômago.... deve ser porque passo a noite sem comer nada. Meu apetite está aumentando aos poucos, mas ainda tem vezes que não consigo me alimentar direito e por causa disso, meu médico pediu que eu comessace a usar vitaminas. Essa dificuldade de comer tem um pouco a ver com a redução de estômago também. Por mais que eu tente, não tem como comer muito. Por isso ainda não engordei nada.
 
Alguns daqueles sintomas do primeiro trimestre foram diminuindo, mas dando espaço pra outros.
 
Agora por exemplo, sinto muita dor no corpo e isso é resultado de um ciclo: já não durmo mais tão bem a noite por falta de posição, aí de manhã já me acordo cansada. Vou trabalhar, sinto muito sono e continuo cansada. Passo o dia sentada e a noite quando volto pra casa to acabada. Tomo um banho, como qualquer coisa, porque a canseira é tanta e vou pra cama. Aí “tento” dormir bem e não consigo porque estou tão cansada que tremo e meus músculos espasmam a noite inteira. No dia seguinte, acordo com uma dor absurda nas pernas e tudo começa de novo.... Pelo menos as idas ao banheiro da madrugada não estão acontecendo, sei que é por pouco tempo, mas por enquanto, tá ótimo assim.
 
Ganhei de aniversário dos meus colegas de trabalho um travesseiro para o corpo, tipo ao que a Jennifer Lopez tem no filme Plano B. Esse travesseiro tem sido um ótimo companheiro (tadinho do Amaral), me agarro nele a noite toda e tento encontrar a melhor posição. Sem ele eu nem imagino como seria, não ia dormir nada eu acho...
 
Sei que por causa das noites mal dormidas, está difícil de controlar o mau humor de manhã. Até que não tinha tido instabilidade, mas realmente, não dormir direito, acaba comigo. Chego no trabalho destruída, e me seguro pra não mandar longe quando me perguntam se eu ainda to dormindo ou se tá tudo bem, pq to com uma cara.... 
 
Ha alguns dias sofri com dor nas costas. Minha barriga já está grande pelo tempo que eu estou e isso está afetando meu centro de equilíbrio, e quem sofre com isso é a coluna. Como há alguns anos eu caí e quebrei o cóccix e uma vértebra da lombar, sinto dores terríveis. 
 
As tonturas e quedas de pressão tinham acabado, mas essa semana retornaram com toda força. Hoje foi um dia que não consegui ir trabalhar pq minha pressão não passava de 8/4.... não tinha mínimas condições de me manter em pé. Já tô até com vergonha de ligar pro meu chefe e dizer que não vou pro trabalho por isso, por aquilo, isso quando não passo mal no trabalho... Acredito que isso seja por causa do calor. Só fico pensando o que me espera no forte do verão.
 
Agora que estou finalizando o quarto mês, alguns sintomas foram se acentuando.... a prisão de ventre é maior, e ao final do dia percebo que minha barriga está bem maior, devido ao inchaço por causa dos gases. Por conta disso, as hemorroidas passaram para um grau levemente moderado (estão aos poucos piorando, dá até medo de pensar no final).
 
Os seios continuam crescendo, mas já sem tanta dor. Outro dia observei que havia uma espécie de pasta esbranquiçada nos bicos, como se tivesse saído um colostro grosso. Por duas vezes aconteceu isso e está na pauta para a consulta no início do mês, pois acho muito cedo pra estar saindo leite. Mas se for, que bom, é sinal que não vai falar hehehe.
 
Ainda não saltaram as varizes, mas já sinto que as veias das pernas estão mais calibrosas, talvez até por isso doem tanto no início do dia. Falando em pernas.... surgiram cãibras nas panturrilhas. As vezes, do nada, começo a sentir repuxar e deu... a dor é pavorosa. Essa semana tive uma crise no trabalho e me fez até rir, pois não há o que fazer, e no fim das contas, se torna engraçado.
 
Outra coisa que observei e que me incomoda é entupimento dos ouvidos. Parece que to sempre subindo a serra. Toda hora dá um clic, e pronto, fico com a audição prejudicada. Conforme o livrinho maravilhoso, isso é normal. Mas que é chato é....
 
Aí de novo, falei das coisas que parecem ruins, mas tudo isso é superado pela imagem redondinha da minha barriga. Vai até parecer estranho, mas estou adorando não entrar mais nas minhas roupas normais. Ontem abandonei as calcas jeans, e enquanto não comprar novas, só posso usar vestido. Isso não tem nada que faça entristecer.... ver as alterações e evoluções do corpo e saber que isso é porque tem um bebê se formando dentro de mim, é maravilhoso....
 
Outra coisa maravilhosa desse período é que os presentinhos são mais frequentes e isso é o maior sinal de preparação pra chegada do baby. Como ainda não sei o sexo, tá difícil escolher as coisas, mas a imaginação está borbulhando. Outra coisa que sei que vai ser maravilhoso e que vai superar tudo de incômodo é que estou prestes a sentir os primeiros movimentos do bebê. Ainda não senti um chutinho, mas já sinto que minha barriga endurece, como se fosse uma pequena contração, e lembro que sentia assim na gravidez do João Pedro e isso precedia os movimentos. Que o bebê já mexe, isso eu sei, mas to loca pra sentir.
 
Outra coisa que supera qualquer dor e desconforto, é a preocupação das pessoas em saber se  o bebê está bem, se eu estou bem. Toda hora tem alguém na minha volta se preocupando com meu bem estar. Todo esse paparico é viciante....
 
Então é isso, a gravidez também tem os dois lados da moeda, ora boa, ora nem tanto. Mas o que importa nesse caso é o resultado que ela trás, e esse eu sei que trás um sentimento maravilhoso e inigualável...
 
Pra finalizar, deixo uma fotinho da barriga com 15 semanas.
 
Beijos e Bom final de semana a todos.


terça-feira, 9 de outubro de 2012

"Coincidentemente"... HDC

Ontem vivi uma situação inesperada...
 
Um tio do meu pai faleceu. Eu não tinha ligação com ele, mas tenho com o restante da família. Quando passamos pela situação do João Pedro, as filhas e netas desse tio estiveram do meu lado o tempo todo, então eu senti que devia retribuir esse carinho na hora da dor, e acabei indo ao velório.
 
Depois do João Pedro eu nunca mais tinha ido em velório. Na verdade tentei ir ao da vó de uma amiga, mas só cheguei e já saí, pois não consegui ficar. Só que desta vez, eu me achava com mais força pra suportar a situação. Só que mal cheguei na capela e encontrei uma das minhas primas, neta desse tio, que passou pelo mesmo que eu.
 
A Natália teve seu menino Artur e alguns meses depois ele faleceu. Nunca soubemos certo o motivo, parece que foi um vírus letal que se instalou no bebê. Nunca quis saber detalhes, pois “imaginava” o quanto devia ser difícil lidar com isso. Nem imaginava que mais tarde eu sentiria na pele essa dor.
 
Depois de uns 3 anos, (eu já tinha passado o mesmo com o JP) a Natália engravidou novamente, mas perdeu na gestação. Eu fiquei muito triste com isso, e só pensava que horror que ela devia estar passando. Poucos meses depois, passei tudo isso também.
 
Eu e a Natália não somos próximas, na infância até éramos mais e agora, cada uma segue seu rumo, mas ontem quando nos vimos, nos abraçamos e choramos juntas sem dizer uma só palavra, e uma estava entendendo o que a outra estava sentindo.
 
Fiquei junto com a família, fiquei muito junto com a Natália, e lá pelas tantas, uma prima do meu pai, completamente sem noção, perguntou pra mim e pra minha mãe se já tínhamos visto que na capela ao lado tinha um bebezinho sendo velado. Ela ainda fazia gestos com as mãos mostrando o tamanho do caixãozinho e falando que era tudo rosinha.
 
Fiquei pasma com a frieza daquela pessoa em tocar nesse assunto comigo, num momento em que estava vendo que eu tava acabada.
 
Eu e minha mãe não respondemos e ela continuou insistindo no assunto, perguntando se quando um a criança nasce morta, tem velório. Aí minha mãe ainda se deu o trabalho de responder que pro João Pedro foi feito. Fiquei doida e disse com o olhar fulminante que o João Pedro não tinha nascido morto. Falei isso e virei as costas pra não ter que dar um murro na cara dessa prima do meu pai. Tão inconveniente, perguntando esse tipo de coisa, bem estilo de gente “urubu de velório”.
 
Fiquei com muita raiva dela, pela falta de noção. Aí minha mãe depois de um tempo veio me procurar dizendo que a fulana tinha ficado toda sem jeito, que não sabia o que fazer, porque ela não sabia que eu tinha perdido um filho. Duvido! Isso não é o tipo de notícia que uma família de gente fofoqueira deixe de comentar. Ela sabia sim, tanto que lembro do marido dela no velório do meu filho. Fiquei com mais raiva ainda e disse pra minha mãe não deixar essa mulher chegar perto de mim, pois eu não sabia o que seria capaz de fazer.
 
Perdi as estribeiras. Fiquei nervosa, e comecei a pensar e imaginar que na capela ao lado de onde eu estava, havia um pai e uma mãe passando pelo mesmo desespero que eu e o Amaral passamos. Comecei a sentir uma necessidade de ir abraçar aquela mãe, mas me segurei, pois não podia invadir assim a intimidade de quem eu não conhecia.
 
Só que fiquei agitada, andando de um lado pro outro, e numa dessas acabei olhando lá pra dentro e vi que os pais do bebê eram um casal bem jovem, aparentando ser como eu e o Amaral. Então ficou de novo martelando algo na minha cabeça, que eu devia ir lá e dizer praquela mãe não perder as esperanças e continuar confiando em Deus. Tentei resistir, mas meu coração falou mais forte. Larguei minha bolsa com minha mãe e invadi o outro velório. Cheguei  na moça, perguntei se ela era a mãe, ela disse que sim, então eu pedi desculpas, disse que estava do lado de fora e que tinha visto o sofrimento dela. Disse que há quase dois anos eu havia passado pelo mesmo que ela e que sabia o que ela estava sentindo, e que eu só queria dar um abraço nela e dizer que ela continuasse confiando em Deus, que Ele sabia o que fazer. Ela então me agradeceu, com o olhar longe, de quem estava a base de remédios, e disse que eu ficasse com Deus. Abracei o pai, desejei que Deus estivesse com eles, e saí.
 
Não prestei atenção em nada, não olhei pro bebê e não perguntei nada. Não era isso que tinha ido fazer lá, eu fui lá compartilhar um sentimento de mãe, que só mãe que perde um filho sabe o que é isso.
 
Quando saí, minha família estava me esperando na porta, todos chorando e me condenando porque eu tinha ido fazer isso. Eu fiz o que meu coração mandou. Eu precisava fazer isso.
 
Chorei um pouco sentada na rua, até que me acalmei. Aí era hora de buscar o Amaral no trabalho, meu pai foi comigo pra eu não ir sozinha. Voltamos no velório e então contei pra ele o que eu tinha feito. Ele não criticou, nem apoio, apenas me abraçou e fez uma expressão de pesar. Voltamos no velório do tio do meu pai pra ficar só mais um pouquinho e ir pra casa, pois já tinha passado emoção de mais naquela noite.
 
Só que daí meu pai e chamou e vi que ele estava com pessoas que eu não conhecia, pensei que fossem parentes que ele ia me apresentar, já que velório é propício à isto. Quando fui até ele, ele disse que aqueles eram amigos dos pais da bebê que estava sendo velanda e que a menina tinha morrido por causa de Hérnia Diafragmática. Nossa.... quando ouvi aquilo meu chão se abriu. Parece que estava revivendo tudo de novo. Não tinha vivenciado tão de perto um novo caso de sofrimento com HDC.
 
Desmoronei chorando, me revoltei e só sabia dizer que essa doença é uma praga e que isso não pode ficar assim, sempre morrendo bebezinhos e as mães ficando desamparadas. Veio então minha mãe e o Amaral e me acalmaram, até que pude então falar direito com aquelas pessoas.
 
Eles me contaram sobre o caso da menina Sofia, que só foi descoberta a HDC depois do nascimento, e que ela tinha sido transferida pra um hospital público de POA , tinha vivido por 13 dias e nem chegou a fazer a cirurgia. Conversamos, conversamos, falei dos blogs, do grupo de HDC no face e os amigos dos pais da Sofia se interessaram em manter contato comigo e com o Amaral para que talvez a gente possa ajuda-los. Com certeza, no que depender de mim, farei o possível. Descobrimos que moramos na mesma cidade, bem perto por sinal, e que temos outras “coincidências” como o fato de ter sido o primeiro bebê e de sermos espíritas.
 
No final da madrugada, quando vim pra casa, fiquei pensando que talvez aquele comentário “desnecessário” da prima do meu pai, tenha servido como uma porta para minha aproximação com esses pais. Pois jamais podia imaginar que quando falei praquela mãezinha que eu já havia passado por isso, que fosse tão igual ao que ela estava vivendo.
 
Não sei o nome desses pais, fiquei com contato através dos amigos deles, que me pareceram ser pessoas cheias de boas intenções em ajuda-los e fazer o bem. Tomara que um dia eu possa conversar com essa mãe e realmente possa passar algo de bom a ela. Já que numa situação inusitada, Deus fez cruzar os nossos caminhos.
 
Sofri com tudo isso. Foram emoções fortes em apenas uma noite, mas hoje fiquei repousando e recarregando as energias pra esse baby que está aqui dentro, afinal, ele(a), é meu foco principal agora, e não posso deixar nada atrapalhar o bom andamento de tudo.
 
Daqui há pouco estou indo na minha consulta, mostrar o último exame pro meu obstetra e planejar os próximos passos. Logo volto com notícias.





sábado, 6 de outubro de 2012

Sensação melhor não há

E então... chegou dia de fazer ecografia.
 
Nossa que ansiedade que dá esperar a cada dia de fazer exames. É uma curiosidade de saber se está tudo bem, de poder ver o quanto o bebê evoluiu... fazer eco é ficar mais próxima do bebê. Se eu pudesse eu comprava um aparelho de ultrassom pra ficar em casa vendo o bebê o tempo todo hehehe.
 
O meu médico me solicitou uma Ecografia Obstétrica de Rastreamento Cromossômico de 1º trimestre. O nome é um pouco assustador, mas pedi pra ele me explicar o que era isso e ele me disse que habitualmente, nesta etapa da gestação, todas as grávidas fazem eco de translucência nucal, que identificam a possibilidade de síndrome de down, mas como eu já tive um histórico de perda gestacional e HDC, ele queria um exame mais detalhado. Então ele pediu o rastreamento cromossômico que além da síndrome de down, identifica outras duas: patau e edward, ambas incompatíveis com a vida.
 
Eu estava tão curiosa pra ver o bebê, que nem sequer me passou pela cabeça a possibilidade de ser identificado algum problema. Até eu me espantei de mim mesma. Está sendo tão diferente das outras vezes, que desta vez parece que o medo não faz parte da nossa vida. Coisa maravilhosa isso.
 
Então lá fomos nós fazer o exame, todos felizes e faceiros e só na hora de dar entrada no guichê que foram me avisar que aquele exame não tinha cobertura pelo meu plano. O que??? Nossa, fiquei louca, querendo entender o que estava acontecendo. Foi tanta confusão quem nem merece ser comentado aqui no blog. Por fim, não consegui realizar o exame pela Unimed e tive que desembolsar. Fiquei muito indignada, na hora não queria pagar, queria brigar pra que o plano cobrisse, fico louca com essas coisas, mas pensando no bem do bebê e na importância desse exame, arcamos com um valor que não tínhamos disponível. Tudo pelo bebê.
 
Mas por fim, fizemos o exame e foi uma alegria poder aquele serzinho de mexendo dentro de mim, chutando, batendo perninhas, mexendo os bracinhos e colocando a mãozinha na boca. Tão pequeninho, apenas 6,5 cm mas com uma vitalidade... Coisa mais fofa. E mesmo não estando encucada com o que poderia dar de resultado, foi um alívio quando a médica disse que estava tudo bem, dentro da normalidade. Ela disse que o bebê está em perfeito estado e muito saudável pelo que se pode ver até o momento.
 
Falamos pra ela sobre a HDC, então ela fez um exame mais detalhado, identificou o posicionamento dos órgãos internos e constatou que pulmões, coração e estômago estão perfeitos em seus devidos lugares. Isso me deixou mais aliviada ainda. Ela nos explicou que isso não quer dizer que não tenha HDC, pois em muitos casos a herniação só ocorre no final, dependendo do tamanho da hérnia, mas que até o momento, tudo estava perfeito.
 
Há sensação melhor do que essa? Eu desconheço.
 
Perguntamos pra médica se era possível identificar o sexo, e ela nos explicou que com 12 semanas os órgãos já estão formados, mas muitas vezes, ainda não estão aparentes. Mesmo assim ela tentou e tinha um situação favorável, pois o baby estava de pernas aberta e o cordão umbilical não atrapalhava. Ela olhou, olhou e disse: “não vejo nada no meio das pernas”. Aí perguntei pra ela se era menina e ela disse de novo, com um ar risonho “por enquanto é só o que eu posso dizer: não vejo nada no meio das pernas”.
 
Fiquei com a sensação de que ela deixou uma afirmação no ar, mas como ela mesma disse, não tem como afirmar agora. Então o negócio é esperar mais um mês pra então confirmar. Tomara que dê pra ver né....
 
Independente do que seja, o fato de estar em perfeita saúde é o que mais me deixa feliz. Ver que o bebê que estou gerando está crescendo saudável, não tem preço.
 
Gravamos o exame, e em casa fiz um condensado das principais imagens, onde dá pra ver direitinho as mãozinhas, pezinhos, narizinho, além dos muitos chutes e mexidas... Não vejo a hora de sentir mexer.


 

 

sábado, 29 de setembro de 2012

Primeiros presentinhos chegando...

Quando eu estava grávida do João Pedro, ganhei muitos presentes e comprei muitas coisas que um bebê precisa. Quando Deus o levou, tive muitas dúvidas sobre o que fazer com tudo aquilo, e contei no blog dele como tomei a decisão de guardar tudo. Clique aqui se quiser ler.
 
Depois, com o acontecimento do aborto na segunda gravidez, fiquei tão desnorteada que resolvi dar algumas coisas. Contei aqui e aqui sobre essa difícil decisão.

Só que eu não dei tuuuudo. Guardei algumas coisinhas, pelo menos uma roupinha dada por cada vó e dindas e umas basiquinhas, que poderiam ser úteis mais pra frente. Quando resolvi das as coisinhas dele, não era com intenção de me desfazer, mas sim de ajudar alguém que precisasse, e lógico que um próximo filho(a) usaria sim algumas coisinhas do irmão.

Aí chegou a gravidez atual, e como ainda estamos no meio de reforma aqui em casa, resolvi nem compar nada ainda, pois não tenho lugar pra guardar. Mas a tentação é tãaaaao grande e acabei não resistindo. A orferta pro produtos de bebê é tanta, que toda virtrine que passo, meus olhos são atraídos. É tudo tão lindo que dá vontade de comprar tudo. Só que ao mesmo tempo que vem essa vontade, vem a consciência de que é melhor esperar saber o sexo antes de sair comprando. Mas como eu não resisti, acabei comprando 2 boddys de cores neutras, só pra acalmar a vontade louca de comprar algo.

Olha que coisas mais lindinhas....

O Shopping Total em POA estava com liquidação total e tudo estava mega baratinho. Não tinha como não comprar.
 
Aí, logo depois que comprei essas roupinhas, começaram a chegar os primeiros presentinhos.

O Amaral estava de aniver semana passada, então meus primos Guinho e Bel vieram almoçar com a gente e trouxeram um presente pro Amaral: um macaquinho de pelúcia todo colorido e um travesseirinho cor de rosa, ou seja, ele determinou que é menina.... Achei lindos...
 
Se for menino coloco uma capinha no travesseiro hehe

Depois, no meio da semana, minha irmã, que vai ser uma das dindas, veio aqui em casa e trouxe uma girafinha de pelúcia azul com milhares de outras cores. Aparentemente parece de menino, mas eu cho que combina com menin tbm. Achei linda de mais a girafa. Nem uardei ainda porque volta e meia eu pego ela pra apertar.
Dá vontade de apertar o tempo todo

Minhas colegas de trabalho, Bruna e Gisa, vieram jantar comigo essa semana, e também trouxeram presentinhos. A Bruna trouxe um conjuntinho de shampoo e condicionador Mamãe e Bebê da Natura, que é a coisa mais cheirosa do mundo.
 
Já tenho sabonetinhos guardados, então o kit está ficando completo.
 
A Gisa trouxe umas pantufinhas do Inter, pois sabe que o Amaral é colorado. Eu sou gremista, mas não me importo nem um pouco, e até acho mais certo o bebê ser do time do pai. Embora sabemos que é a criança que vai escolher, o pai é quem vai influenciar mais.
 
O João Pedro tinha ganhado uma pantufinha vermelha com branca, e a que a Gisa trouxe é branca com vermelha, então pelo jeito vai ter coleção de roupinhas coloradas hehehe....

 
Gente, obrigada pelos presentes, adorei todos. Vou ser obrigada a arrumar espaço logo, pra guardar todos os presentinhos que vão chegando. Coisa boa.... A D O R O......