quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Ah o Natal...Passou!

Quando eu era criança, bem criança, tipo 4 ou 5 anos, lembro dos Natais serem na casa  da minha vó, mãe do meu pai. Era sempre m monte de gente, meu pai soltava fogos e mais tarde se vestia de papai Noel pra distribuir os presentes pra criançada, claro que só depois de muito tempo fui saber que o Papai Noel era na verdade o meu pai, mas naquela época, era sim o Papai Noel que tinha vindo do Pólo Norte. Eu não entendia o por quê daquela festa toda, só sabia que era um dia de ganhar presentes, e eu adorava.

Em 1991, 3 dos meus 4 avós faleceram: o pai do meu pai em fevereiro, a mãe do meu pai em maio e o pai da minha mãe em dezembro. Foi um ano bem difícil e então a família do meu pai de da minha mãe se uniram e pela primeira vez passaram no Natal todos juntos e desde lá tem sido sempre assim. Em 1998, minha última avó nos deixou, então reforçou mais ainda a união da nossa família no Natal.

Durantes esses últimos anos a família vem aumentando. Tem os “agregados” fixos (Amaral e Leandro), e tiveram também aqueles que foram “temporários”. Tem também um que está em teste hehehe, mas fora os agregados, tem os novos integrantes de sangue: A Sofia, que nasceu em 2008 e o João Pedro que permaneceu fisicamente entre nós por pouco tempo.

O Natal do ano passado sem sombra de dúvidas foi o pior de todos. Meus avós já tinham partido, e já sabíamos como era a dor da saudade, mas uma coisa é partida de quem é mais velho, é a lei da natureza, outra coisa é a partida de uma criança. Então por mais que já soubéssemos o que era a dor da ausência, a ausência do João Pedro naquele Natal era inexplicável.

Este ano foi um ano de renovação, não só pra mim, mas pra toda minha família. Com a morte do JP todos nós aprendemos e repensamos muitas coisas. Eu tive que partir para o tratamento psicológico e até para medicamentos, senão seria impossível segurar a barra. Além disso, o tratamento espiritual, que me deu base para sustentar os outros tratamentos.

Eu estava com medo do Natal. Meu psicólogo andou falando em me dar alta lá m outubro, mas com a chegada do final do ano, a proximidade das datas, os medos foram aparecendo e ele resolveu postergar a dita alta. Foi a melhor coisa que podia acontecer, assim eu me senti mais segura e pude encarar melhor as temidas datas.

Meu desejo era que o Natal fosse na minha casa este ano, mas como a obra ainda não acabou, isso não foi possível. Então como sempre, a ceia foi na casa da tia Néia. Antes de sair de casa, estava arrumando algumas coisa no quarto quando de repente olhei pra cabeceira da minha cama e avistei o livro “Abrindo Portas Interiores” de Eileen Caddy. Esse livro trás mensagens para cada dia do ano, e o segredo está em ler apenas quando sentir vontade e não como uma obrigação. Como meus olhos foram atraídos para o livro, senti vontade de ler, e me deparei com a seguinte mensagem:

“Dia 24 de dezembro: A rapidez das mudanças poderá chocá-lo. Você tem sido preparado para elas há muito tempo. Através dos tempos, dia a dia, mês a mês, ano a ano, Eu preparei o cenário para estas mudanças acontecerem. Foram lhe dadas todas as oportunidades para você se preparar e se ajustar; portanto, você deveria estar preparado para ir em frente sem dificuldade. É uma questão de conscientização, de ser capaz de elevar sua consciência e ajustá-la ao que está acontecendo. As almas que já estão abertas para a consciência Crística estão sendo atraídas umas para as outras como imãs neste momento. Elas podem não perceber isto o tempo todo, mas ficará tudo cada vez mais claro no futuro próximo. Esta conscientização que atrai cada vez mais almas para um mesmo grupo permite que você reconheça o seu Cristo interior e dê graças eternas por esta percepção.”

Com sempre, esse livro acertou em cheio. A mensagem foi perfeita pra mim, pra minha situação e ocasião. Sempre que leio este livro é como se eu tivesse recebendo um recado de Deus. As palavras do texto caíram como uma luva e de certa forma me deram segurança, certeza de que estou sempre acompanhada por Ele.

E então chegou o momento da nossa ceia. Como de praxe,  dono da casa faz um agradecimento e inicia a oração. Quando foi a minha vez de agradecer, agradeci a minha família pelo apoio que nos deram este ano, e principalmente agradeci a Deus por eu estar ali, por eu eu ter conseguido superar as dificuldades e as dores e estar conseguindo viver bem, dentro do possível.  Li o texto que citei acima e mesmo que eu estivesse com lágrimas nos olhos, essas lágrimas não eram de tristeza, eram apenas e emoção, pois durante este ano que passou, aprendi a ser mãe de uma outra forma e eu sabia que ele não queria me vê sofrendo.

Seguimos nossa ceia, fizemos a entrega do amigo secreto e enfim a noite de comemoração do Natal passou. Passou e eu não sofri como eu “achava” que sofreria. Passei a noite alegre, rindo e brincando com todos. Depois da meia noite passamos na casa da minha cunhada e lá o clima continuou o mesmo e finalmente a data mais emotiva do ano passou e não me deixou seqüelas. Acredito que ele estava presente o tempo todo, pelo menos em pensamento, pois eu não deixei de pensar nele um segundo sequer, mas graças a Deus, aprendi a pensar sem sofrer. Pelo menos desta vez eu consegui.

Agora não tenho mais porque temer o Natal, nem data nenhuma. Sei que só depende de mim fazer com que eu fique bem em todos os momentos, independente de datas.

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