quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Finalmente entendendo algumas coisas

Depois de ter ‘aceitado’ que minhas duas gestações eram coisas diferentes, comecei a me dar conta de uma série de coisas...

Eu sempre tratei aquela segunda gravidez como sendo o espírito do João Pedro que havia retornado, e depois de toda essa ‘descoberta’ pensei: “meu Deus, se esse bebê era outro, eu nunca dei a ele o devido carinho, sempre tratei ele como sendo o João Pedro”.

Quando fazia um carinho na minha barriga, era sempre pensando no JP, quando rezava pedindo proteção, era sempre pensando no JP, quando descobrimos que a gravidez não evoluiu, pensava que era o JP que estava me deixando de novo, quando passei pela curetagem, rezei pelo espírito do JP, depois da curetagem, rezei pela evolução e recuperação do JP.... Tudo pro João Pedro, só o João Pedro.....

Me coloquei no lugar desse segundo bebê e fiquei pensando: e se fosse comigo????  E se minha mãe me tratasse sempre como se eu fosse a minha irmã? Se não me visse como eu mesma, se me visse sempre como outra pessoa, como seria isso????

Me deu um peso na consciência, de nunca ter dedicado o meu amor a este ser que me foi dado. Nunca pensei nele como outro, como outro ser que não fosse o João Pedro. Quando me dei conta disso, chorei muito pedindo perdão a este filho, perdão por nunca ter lhe dado diretamente o meu amor, perdão por nunca ter entendido a sua vinda, perdão por ficar comparando ele/ela sempre com o JP. Passei a rezar o tempo todo, pedindo à ele/ela que me entendesse e que não ficasse triste comigo por ter agido daquela forma, rezava pedindo que não tivesse ciúmes do irmão mais velho, pois ele não tinha culpa.

Senti como se eu tivesse sido a culpada da gestação não ter evoluído. Acreditei que este espírito destinado a ser meu filho, tivesse desistido de ficar comigo porque eu não o tratava como devia, não respeitava sua individualidade, o tratava sempre como sendo outro. Fiquei desolada, chorando o tempo todo me sentindo culpada.

Descobri aí como uma mãe pode amar igualmente seus filhos. Percebi que não existe diferença de amor, que cada filho tem o seu espaço reservado dentro do nosso coração e um não interfere o sentimento pelo outro. A minha dificuldade era entender que eram dois, e não um só, mas finalmente entendi.

Passei então alguns dias pesados, embora estivesse feliz por ter entendido tudo o que estava acontecendo, tinha esse sentimento de culpa de não ter ‘aproveitado’ aquele tempinho de gestação do segundo filho, só que até chegar na semana seguinte, na próxima consulta de terapia, esse sentimento já tinha aliviado um pouco e nem foi o principal assunto.

Conversamos sobre o bem que tinha me feito enxergar a realidade, falamos sobre minha missão neste plano, sobre a missão dos meus filhos. Neste meio tempo, a revista Pais&Filhos já estava nas bancas e estava tendo uma boa repercussão do assunto, então falamos da minha facilidade de comunicação, do sentimento que tive ao ver a revista nas bancas, dos elogios que eu havia recebido pela forma como estava lidando com o problema e principalmente falamos sobre a minha vontade de ajudar as mães e pais que vivem o drama da HDC. Desta vez a consulta foi muito mais conversa do que propriamente desabafo, até rimos durante o tempo que fiquei lá.  

Só que no final da consulta o Régis teve outra vez uma reação diferente da habitual. Ele se recostou na poltrona, mudou o tom de voz, me olhou e disse: “tu tem uma missão muito bonita aqui neste plano. Deus te deu um dom, e tu deve usufruir deste dom para fazer o bem. E se algum dia tu te sentir culpada por alguma coisa, o ‘astral’ quer que tu saiba que ninguém te culpa de nada, que se algum dia tu fez algo que te fez sentir assim, já é entendido que tu não agiu propositalmente”.

Enquanto ele ia falando, as lágrimas corriam no cantinho dos meus olhos. Entendi perfeitamente o recado que ele estava me passando e fiquei feliz por poder receber. Finalmente se fechou um ciclo. Um ciclo onde só circula amor, carinho e bondade.

Entendi também de que dom estávamos falando... a comunicação. Sempre fez parte da minha vida, desde criança me comunicava bem, adorava um palco e um microfone, sempre participei de eventos sociais e adorava ser representante das coisas em que me envolvia. Quando criança, ouvi muitas vezes a frase “essa guria vai dar uma bela advogada de tanto que gosta de falar”, mais tarde ouvi “porque tu não faz jornalismo já que tu gosta tanto de escrever e escreve tão bem?”. Nenhum desses ‘achismos’ virou realidade, mas o fato é que ser comunicativa está no meu dia a dia, tanto no pessoal quanto no profissional.

Já que esse é um dom que eu recebi, preciso usar ele a favor do bem. A forma que posso fazer isso hoje é o que tenho tentado: ajudar mães e pais que passam pelo desespero de descobrir a HDC. Não sei se estou conseguindo, mas estou tentando fazer a minha parte.

Nesse caminho árduo até aqui, encontrei pessoas que dividem comigo esse mesmo objetivo, e juntas fazemos o que está no nosso alcance. Espero poder fazer muito mais, mas isso não depende só de mim, preciso de permissão e impulsão do plano astral.

Acredito que estou no caminho certo. Cada vez mais tenho a certeza de que sou uma pessoa abençoada, embora isso não me exima de ter quedas e sofrimento. O sofrimento faz parte da evolução do espírito.

Mas a maior certeza que tenho é que Meus Anjos estão sempre comigo, não é a toa que Eu fui inspirada pra colocar este nome no blog.

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